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O ‘efeito dominó’ que o escândalo do INSS provocou no governo Lula

A etapa desta quinta-feira, 18, da Operação Sem Desconto da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) abre mais um capítulo nas complexas investigações sobre um esquema nacional de descontos ilegais em folhas de pagamentos de aposentados e pensionistas do INSS. Desde abril deste ano, quando o esquema veio à tona, já levou várias figuras importantes para atrás das grades e derrubou ocupantes de cargos de alto escalão do governo Lula

Logo que a primeira fase da operação foi deflagrada, em 23 de abril, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão. Ele chegou a admitir que sabia da existência de algum “descontrole” nos descontos associativos e a permanência dele no cargo ficou insustentável. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo e demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mesmo dia. Meses depois, em 11 de novembro, em outra fase da operação, ele foi preso.

Quando as investigações se tornaram públicas, surgiu um dos maiores personagens da fraude: o empresário e lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, que ficou conhecido como “Careca do INSS”. Segundo apuração da PF, ele teria sido o principal intermediário entre as entidades que recebiam descontos e a autarquia. Ele sempre negou esses comportamentos. Em setembro ele foi preso e, na operação desta quinta, seu filho, Romeu Carvalho Antunes, também foi.

Durante o andamento das investigações, em agosto  Congresso abriu uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) para construir sua própria apuração sobre os descontos ilegais nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas. A situação se tornou um cabo de guerra entre oposição e governo: de um lado, os governistas afirmam que o esquema fraudulento cresceu durante a gestão de Jair Bolsonaro; de outro, opositores argumentam que o governo Lula, já afetado por outros grandes escândalos de corrupção, seria conivente com os descontos ilegais. Uma das entidades associativas que recebeu dinheiro dos aposentados e pensionistas tem um irmão do petista no quadro diretivo.

Vice-líder do governo

Nesta quinta, a Polícia Federal cumpriu dezesseis mandados de busca e apreensão e prendeu o número 2 do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, que foi demitido.

Além da prisão do filho do “Careca do INSS”, os agentes cumpriram mandados de busca nos endereços do senador Wewerton Rocha (PDT-MA), que é vice-lider do governo Lula no Senado. A PF chegou a pedir a prisão dele, mas a PGR opinou contra e André Mendonça, ministro relator da investigação, negou o pedido. Os investigadores disseram que ele tinha “posição de liderança” dentro do esquema ilegal.

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