A possível chegada de um bilionário grego ao futebol carioca tem causado burburinhos e até mesmo um certo receio em empresários do Rio que prestam serviços para a Petrobras. Parece estranho, mas é real.
Desde que Evangelos Marinakis passou a dar apoio financeiro a John Textor na disputa pelo controle da empresa que é dona do time do Botafogo, os prestadores de serviços da estatal passaram a dividir preocupações sobre a chance de perderem para o bilionário contratos que possuem com a Petrobras para a manutenção de plataformas em alto mar.
Na avaliação de alguns empresários ouvidos pela reportagem, o temor tem fundamento. Eles afirmam que Marinakis é considerado um empreendedor poderoso do setor da navegação e essa aproximação com o futebol poderia trazer à reboque interesses comerciais.
Aos 57 anos, o empresário passa a maior parte do tempo em Atenas, onde fica o maior porto do país e a base de seus negócios. Ele acumulou uma fortuna estimada em 20 bilhões de reais . Além de ser dono da Capital Maritime Group, companhia que detém empresas privadas de transporte marítimo, também possui uma frota de mais de 100 navios.
Paixão pelo futebol e polêmicas
Apaixonado por futebol, o bilionário é dono de clubes como o Olympiacos, um dos mais populares da Grécia, e do inglês Nottingham Forest. Antes de começar a negociar com Textor no Botafogo, Marinakis teve o nome citado como possível comprador do time Vasco da Gama, mas o negócio não foi adiante.
A trajetória do empresário também é marcada por polêmicas. Em 2018, Marinakis foi acusado de traficar 2,1 toneladas de heroína no âmbito de uma investigação que começou em 2014 na Grécia.
Ele foi absolvido desse processo e de mais outros dois: o primeiro envolvia suspeitas de manipulação de resultados de apostas esportivas ; o segundo, tentativa de corrupção de árbitros no campeonato grego.