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‘O dia do sim’: é preciso saber quando negar alimentos industrializados

Esta comédia da vida real retrata a experiência de um casal que antes de ter filhos topava tudo e tudo era permitido. Até que com a responsabilidade da maternidade/paternidade chegou a palavra NÃO. Porém, as coisas começam a mudar após uma avaliação escolar, quando os pais se sentem desconfortáveis ao saber que foram descritos pelos filhos como ditadores e resolvem ceder ao SIM, mesmo que temporariamente.

Fora de Hollywood, as indústrias alimentícias e de mídia sabem muito bem como criar esse SIM, mesmo sem uma avaliação de ditador.

Vivemos um momento único na história, no qual temos mais crianças com obesidade do que com fome. Para alguns, isso seria motivo de felicidade, mas para nós, médicos, esses extremos são um pesadelo quando falamos de saúde.

Nós, humanos, sempre tivemos que aprender a nos adaptar às mudanças para sobreviver. Éramos sozinhos e com isso estávamos sob risco. Criamos tribos e nos unimos para nos proteger e facilitar a busca pelo alimento. Aprendemos a caçar, pescar, cultivar, lutar e, à medida que nos alimentávamos melhor, ficávamos mais inteligentes, evoluídos e longevos. A seleção natural dos mais fortes ajudava nesse contexto. Passamos por fome, pestes, guerras, farturas e pobreza, mas sempre o alimento foi o que mais importava, o hábito de comer melhor.

A revolução industrial e as guerras introduziram o alimento ultraprocessado, necessário por ser pouco perecível, barato, fácil de produzir e NÃO precisar muitas vezes ser cozido. Era uma época que pouco se sabia sobre os nocivos efeitos que causariam ao nosso corpo, principalmente no das crianças.

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A população mundial cresceu. O estilo de vida mudou e o NÃO à saúde chegou junto ao SIM contra a nossa sobrevivência. Não há alimentos orgânicos e nem temos capacidade cultivável de ofertar para todos. Ainda é um privilégio caro para poucos, fazendo com que seja inevitável a ingesta desses produtos industriais. O ideal seria torná-lo de alguma forma mais natural.

Voltando à película, muitos pais, ao se depararem com a ditadura das propagandas, influencers, modas e com o “que todo mundo faz’, acabam cedendo o SIM para que seus filhos entrem nesse mundo perigoso da comida industrializada da moda.

As gôndolas de mercado recheadas de cores e na altura dos olhos dos pequenos, os corredores de guloseimas no caminho do caixa, os brindes nas lojas de sanduíches, as propagandas diretas ou subliminares nas Tvs e nas redes sociais nos tornam “maus” quando adotamos o NÃO.

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Essa negativa nos deixa fora da realidade da maior parte dos consumidores infantis mundiais. Mas quem leva a criança para o palco dos supermercados ou para as telas dos drive-thrus com toda a sedutora oferta de algo que NÃO deveríamos comer? Criança NÃO tem carro ou dinheiro.

Quando perdemos o direito ao NÃO comprometemos a saúde das crianças: o hambúrguer será escolhido em vez do prato de comida saudável.  Ficar sentado jogando vencerá o hábito da atividade física. Ficar nas redes sociais nos isolará da própria sociedade. Desejar a fictícia vida dos influencers gerará o conflito das doenças mentais.

Olhando para o texto como um todo, temos muito mais NÃOs do que SIMs, mas se olharmos a sociedade atual, o título do filme parece ser realmente o mais correto.

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