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O depoimento de Chico Diaz sobre viver bicheiro em nova série da Netflix

A Netflix volta a explorar o universo do jogo do bicho — desta vez na ficção — com a série Os Donos do Jogo, que estreia em 29 de outubro. A trama acompanha quatro famílias poderosas em uma disputa pelo controle da contravenção no Rio de Janeiro. A produção é estrelada por André Lamoglia e reúne no elenco nomes já conhecidos do público brasileiro, como Juliana Paes, Mel Maia, Xamã e Chico Diaz. O veterano, que interpreta um bicheiro e chefe de uma das famílias, conversou com a coluna GENTE sobre a construção do papel de contraventor e o que o público pode esperar da nova aposta da plataforma.

Quem é Galego? É um empresário carismático, que veio de longe e se infiltra no universo jurídico e político. Fascinado com as possibilidades financeiras e de influência do submundo, ascendendo até a cúpula do jogo do bicho, do qual é o chefe maior. Casado com Leila (Paes) e pai de Santiago (Henrique Barreira), ele é um homem de família e dedicado à comunidade. É um personagem fascinante para qualquer ator, porque percorre várias instâncias da sociedade brasileira, do universo carioca no que diz respeito a esse jogo de poder, de sedução. É o rei dos animais (o leão).

Qual a relação de Galego com os Fernandez e com as outras famílias? Não posso dar nenhum spoiler, mas a relação com a Leila foi cimentada há muito tempo e se mostra como um enigma o que os mantêm juntos. Essa é uma série de muitos segredos, mas também de poder e influência. Com o filho, há a questão da sombra paterna, que é algo muito mal resolvido, apesar do esforço mútuo. O exemplo do pai para o filho e a ambição do filho em ser diferente do pai, essa dicotomia, esse duelo. Entre as famílias há poder perdido e ganho ao longo da história e da distribuição de territórios (do jogo do bicho) no Rio.  

Como foi o processo de criação do personagem, do roteiro ao figurino? Procurei humanizá-lo, para não fazer uma coisa monolítica, tanto na relação familiar, quanto com as pessoas que o acompanham, seu entourage. Construí o personagem fugindo do óbvio, procurando camadas mais profundas de humanidade do que trazê-lo como um empresário bem-sucedido apenas.

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Como foi a dinâmica entre os atores veteranos e os mais novos no set? A grande potência que esta série traz é esse embate, a experiência que o veterano tem com a fome, o ímpeto da geração mais nova. Isso dá uma química muito interessante no set. Os jovens chegando, querendo ascender no universo do jogo e os que já lá estão, com práticas, talvez, passadas, querendo manter o poder desse jeito. Temos Stepan Nercessian, Tuca Andrada, temos o Gonzalez. Temos atores sensacionais entre os veteranos, que fazem a cúpula junto comigo, e pessoas de muito talento entre os novatos. O próprio André (Lamoglia). É admirável a dedicação e a concentração da Giullia Buscacio e da Mel Maia. O Xamã é uma grande surpresa. Colaborou com o trabalho de todo mundo essa espontaneidade, essa força legítima, genuína que ele traz. Acho que dá uma química muito interessante, é um crescimento para todo mundo você se espelhar no jovem e o jovem se espelhar em você.

O que o público pode esperar para Os Donos do Jogo? Uma série genuinamente brasileira, dramática, com aproximação do universo do gangsterismo italiano e do americano, dos grandes filmes da máfia. Temos ação, amor, um espírito shakespeariano na busca louca por poder, controle e dinheiro. Temos as mais variadas paisagens do Rio de Janeiro, a pirâmide social completa. É um legítimo representante da narrativa audiovisual brasileira. Com certeza, vai surpreender quem nos acompanhar. 

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