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O ‘cemitério’ para onde o governo Lula levou a PEC da Segurança Pública

O debate sobre segurança pública, que domina o noticiário desde a megaoperação no Rio de Janeiro, continua sendo um calcanhar de Aquiles para o governo Lula. Prometida como resposta institucional à escalada da violência, a PEC da Segurança Pública — que prevê medidas estruturais de combate ao crime organizado — foi parar em uma comissão especial da Câmara e, na prática, entrou em compasso de espera.

Como destacou o colunista Robson Bonin, de Radar, no programa Ponto de Vista, apresentado por Marcela Rahal, a proposta foi enviada justamente para o lugar onde “morrem” projetos incômodos. “Essa comissão é apelidada por alguns líderes de cemitério de boas ideias do Congresso. É pra onde vão todas as propostas que ninguém quer aprovar”, ironizou.

O método do adiamento

Para Bonin, a manobra repete uma estratégia recorrente dos governos petistas: criar grupos de trabalho para adiar decisões impopulares e esvaziar temas sensíveis. “É um método conhecido do PT e dos governos do presidente Lula. Quando você não quer resolver uma situação, mas também não quer enfrentá-la, cria um grupo de trabalho. O assunto vai sendo debatido até que outro tema chame a atenção da sociedade — e o problema é empurrado de volta para a gaveta”, afirmou.

Enquanto a pressão por medidas concretas na segurança cresce no Congresso e entre governadores, o Planalto tenta mudar de pauta e usar a COP 30, em Belém, para recolocar a agenda ambiental no centro da narrativa política.

A aposta na COP 30

Lula vem tentando se apoiar no sucesso diplomático e simbólico da cúpula do clima para “virar a página” e reorientar o debate público. Mas, segundo Bonin, a aposta não tem surtido efeito.

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“O debate ambiental, embora importante, não move paixões como a segurança pública, que é um problema vivido por todos os brasileiros, especialmente nas grandes cidades. A COP 30 tem um discurso técnico, econômico, distante da realidade das pessoas. E o governo ainda não conseguiu transformar esse tema em algo mobilizador”, observou.

Um vácuo que favorece a oposição

Com a falta de resultados concretos na segurança e um discurso ambiental distante do cotidiano, Lula enfrenta dificuldades para retomar o protagonismo político.

“Enquanto o governo tenta se desvencilhar da agenda da segurança, a oposição ocupa o espaço com propostas duras e de apelo popular. O Planalto ainda não encontrou um novo assunto que capture a atenção da sociedade”, resumiu Bonin.

A PEC da Segurança, que o governo prometia tratar como prioridade, hoje simboliza exatamente o contrário: a paralisia política diante do tema que mais preocupa o país.

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