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O bilionário processo de Donald Trump contra o ‘New York Times’

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com um processo contra o jornal The New York Times em que pede indenização de US$ 15 bilhões (quase R$ 80 bilhões) por “espalhar conteúdo falso e difamatório”. Na mais recente da série de ações judiciais contra a imprensa americana, ele alegou que o veículo se trata de um “porta-voz” do Partido Democrata.

Na semana passada, o NYT já tinha dito que recebeu da Casa Branca ameaças de processo — depois do jornal publicar reportagens que atribuíram a Trump a autoria de um antigo bilhete de aniversário (com o desenho de uma mulher nua e frases sugestivas) endereçado a Jeffrey Epstein, o financista condenado por coordenar uma rede de exploração sexual de garotas, muitas delas menores de idade. O bilhete tem a assinatura do presidente dos Estados Unidos, mas ele negou tê-lo escrito.

Em julho, Trump abriu uma ação judicial contra outro grande jornal americano, o Wall Street Journal, e seu proprietário, Rupert Murdoch, após a notícia sobre a existência do bilhete. Mirar agora no NYT é a mais recente demonstração de que o presidente aposta as fichas na estratégia de recorrer à Justiça contra a mídia. Já foram alvos a emissora ABC News e seu âncora, George Stephanopoulos, bem como a Paramount, por causa de uma entrevista com a ex-vice-presidente Kamala Harris no programa 60 Minutes. Ambos os casos foram encerrados com acordos em que os veículos pagaram US$ 15 milhões e US$ 16 milhões, respectivamente. A ação contra o Wall Street Journal continua em andamento.

As acusações

O processo aberto em um tribunal distrital na Flórida na noite de segunda-feira 15 cita várias reportagens e um livro escritos por dois jornalistas do NYT e publicados antes das eleições de 2024. “O Times traiu os ideais jornalísticos de honestidade, objetividade e precisão que antes professava”, afirma a ação, acusando também o veículo de ser “um importante e implacável fornecedor de mentiras contra o presidente Trump”.

O processo acusa o jornal, bem como outros “veículos da mídia tradicional”, de cometer interferência eleitoral. Uma das evidências seria a decisão do NYT de apoiar a democrata Kamala Harris na última corrida presidencial. Apesar de que, nos Estados Unidos, é comum que jornais e emissoras declarem apoio aberto a um ou outro candidato, a iniciativa do NYT veio enquanto outros grandes veículos de comunicação tomaram a incomum atitude de se recusarem a apoiar um candidato na disputa. O Washington Post, de propriedade do fundador da Amazon, Jeff Bezos, por exemplo, optou por não apoiar nenhum candidato.

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A decisão foi criticada por alguns como uma tentativa de apaziguar Trump e gerou uma reação negativa entre assinantes e funcionários do Post.

Em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, Trump denunciou o NYT como “um dos piores e mais degenerados jornais da história do nosso país, tornando-se virtualmente um ‘porta-voz’ do Partido Democrata da esquerda radical”.

O processo cita artigos do jornal baseados no livro “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father’s Fortune and Created the Illusion of Success” (“Perdedor sortudo: como Donald Trump desperdiçou a fortuna de seu pai e criou a ilusão de sucesso”, em tradução livre), um livro dos repórteres Susanne Craig e Russ Buettner.

A equipe de Trump já havia entrado com um processo por difamação contra o NYT em relação a um artigo de opinião relacionado à interferência russa nas eleições americanas de 2016. Posteriormente, o processo foi arquivado como “discurso protegido”.

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