counter O ato simbólico de cacique Raoni e ativista Paul Watson na COP30 – Forsething

O ato simbólico de cacique Raoni e ativista Paul Watson na COP30

Às vésperas da COP30, as margens do Rio Xingu foram palco de um gesto histórico pela proteção ambiental. Conhecido como o “pirata dos mares”, o fundador da Sea Shepherd, Paul Watson, 74 anos, reencontrou o Cacique Raoni Matuktire, 93, aliado de longa data e símbolo mundial da defesa da maior floresta tropical do planeta, em uma ação pela proteção das áreas marinhas e costeiras do Brasil. O encontro, promovido pela ONG francesa Planète Amazone em parceria com Sea Shepherd Brasil, aconteceu no dia 29 de outubro, na Terra Indígena Capoto-Jarina, no norte do Mato Grosso.

Durante a visita, Watson propôs a união de Raoni e dos povos da floresta à campanha Sem Azul não há verde, da recém-criada aliança SOS Oceano. Em ato simbólico, os dois ergueram a bandeira da campanha, que reinterpreta o símbolo nacional sem o azul do oceano e o verde das florestas. A campanha também conta com o apoio de vários artistas, influenciadores e ativistas ambientais, entre eles Alok, Tamara Klink, Mateus Solano, Cris Oliveira, Klebber Toledo, que amplificam o alerta de que, sem a proteção do oceano, as florestas também colapsam.

A única esperança para a humanidade está contida na filosofia dos povos indígenas. A chamada ‘civilização’ está consumindo mais recursos do que o planeta pode produzir. E isso não é sustentável – não vai sobreviver. A única salvação para toda a humanidade estará no espírito e na filosofia dos povos indígenas ao redor do mundo. E a preservação de habitats e da vida está no centro da visão biocêntrica destes guerreiros da Terra. Estou confiante de que nossa sobrevivência coletiva está no horizonte, pois buscaremos nas comunidades indígenas orientação e apoio”, comentou Paul Watson.

Para o líder do povo Kayapó, o encontro marca um apelo ao mundo pela união. “Convidei Paul para o meu território para lembrar ao mundo que o oceano e os rios são inseparáveis, e que precisamos proteger todas as águas. Já disse ao presidente Lula que não é possível explorar petróleo na foz do rio Amazonas, nem continuar com perfurações no oceano ou nas florestas. Contamos com esta aliança para fortalecer e amplificar essa mensagem”, disse o indígena. 

A parceria entre os ativistas já dura mais de três décadas. Os dois se encontraram pela primeira vez em 1989, quando houve uma união entre lideranças indígenas do Brasil com aliados internacionais em oposição à primeira proposta de construção da barragem de Belo Monte, que depois foi cancelada. Em 2015,  na COP21 em Paris, Raoni e Watson reforçaram publicamente sua aliança por ocasião do lançamento da Aliança dos Guardiões da Mãe Natureza, coordenada pela ONG francesa Planète Amazone.

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