Num relatório do Coaf enviado à CPMI do INSS, o banco que opera contas da Força Sindical faz um alerta intrigante. Afirma que a entidade movimenta “grande quantidade de valores em espécie” e “sem uso de carro forte”.
O responsável do setor financeiro da Força foi questionado pelo banco sobre a prática na época do alerta incluído no relatório de inteligência. Alegou que os fornecedores do sindicato preferiam ser pagos em dinheiro vivo.
“Segundo o gerente, o cliente se recusa(va) a contratar serviço de carro-forte para o transporte de valores”, observou o banco na notificação ao Coaf. Os dados da Força aparecem em relatório sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), investigado pela Polícia Federal e pela CPMI.
O banco que opera contas da Força explicou que decidiu alertar o órgão de controle por enquadrar o comportamento do representante da entidade sindical nos seguintes critérios, previstos em lei:
- “movimentações em espécie realizadas por clientes cujas atividades possuam como característica a utilização de outros instrumentos de transferência de recursos, tais como cheques, cartões de débito ou crédito”;
- “resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de relacionamento ou para atualização cadastral, oferecimento de informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa verificação”;
- e “movimentações atípicas de recursos por organizações sem fins lucrativos”.