Recentemente, Tamara Klink, 28 anos, embarcou em mais uma aventura ao redor do mundo com o seu barco à vela. A velejadora navegou pela Groelândia, no Oceano Ártico, e se tornou a primeira mulher a fazer o trajeto sozinha. Filha de um dos principais nomes do meio, Amyr Klink, 70, ela compartilha nas redes sociais a trajetória, dificuldades e o medo constante de estar no meio do mar sem ninguém por perto.
Tamara faz um alerta, diante da experiência recente nos mares: “Os polos estão aquecendo quatro vezes mais rápido que o resto do planeta. A cada década as condições mudam e as tempestades ficam maiores. O meu pai não tinha esses dados 40 anos atrás, agora temos que estudar essas mudanças quando desenhamos as viagens”, explica.
Ao longo da infância e adolescência Tamara diz que não se sentiu pressionada em seguir os passos do pai. Viver tal experiência, segundo ela, não é algo a ser herdado, e sim conquistado sozinho. “Seguir os passos dele não faria sentido, porque não estou no lugar dele, e também porque meu pai ainda navega, e navegamos de formas diferentes. As escolhas que ele faz tem sentido no contexto dele, e eu faço as minhas no meu’’, diz.
Assim como Amyr nos mares, que prefere se manter sozinho na navegação, Tamara é responsável por cuidar de todas as manutenções do barco. Independentemente do trajeto, a prioridade é manter a embarcação sem problemas. O medo, com isso, sempre está ao seu ladonas aventuras. “Ele é mais um tripulante da equipe, às vezes muito barulhento, às vezes silencioso. Tenho que treinar o medo para que ele me ajude a navegar melhor”, reflete.
Tamara se formou em Arquitetura. Apesar de nunca ter exercido a profissão, é grata pela faculdade ter cruzado o seu caminho e não ter “funcionado” para ela. “Agradeço todos os dias por nunca ter passado em uma entrevista e nunca ter conseguido um estágio. Agradeço pelas coisas que deram errado, porque me deram a chance de fazer o que eu não ousava tentar”, brinca.
