Belarus libertou nesta quinta-feira, 11, 52 prisioneiros na Lituânia a pedidos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Trata-se de um aceno do republicano ao “último ditador da Europa”, como o líder belarusso, Alexander Lukashenko, é conhecido por estar no comando do país há mais de 30 anos. A soltura foi comemorada pelo presidente lituano, Gitanas Nausėda, que agradeceu ao seu homólogo americano pelo envolvimento no caso.
“52 prisioneiros cruzaram com segurança a fronteira da Lituânia vindos da Bielorrússia hoje, deixando para trás arame farpado, janelas gradeadas e medo constante”, anunciou Nausėda, afirmando que estava “profundamente grato” a Trump. “52 é muito. Um número enorme. No entanto, mais de 1.000 presos políticos ainda permanecem em prisões bielorrussas e não podemos parar até que eles vejam a liberdade!”
A libertação ocorre poucas horas após um encontro entre Lukashenko e John Coale, alto funcionário do governo Trump, que foi enviado sob orientação do republicano. O presidente dos EUA prometeu aliviar sanções à companhia aérea estatal bielorrussa, a Belavia, “com base nas libertações de prisioneiros até o momento e no engajamento construtivo”, disse um funcionário da Casa Branca, sob condição de anonimato, à emissora americana CNN.
+ Líder de Belarus há mais de 30 anos, Lukashenko sugere que sétimo mandato pode ser o último
Promessas dos EUA
Na reunião, os dois abordaram “uma série de questões, incluindo a libertação de mais prisioneiros e questões de segurança regional, como o fim da militarização da migração ilegal de Belarus para os países vizinhos da Otan”, segundo o funcionário. Para convencer Lukashenko, Coale teria informado ao ditador sobre um “pacote de alívio limitado permitirá que a Belavia faça a manutenção e compre componentes para sua frota existente, que inclui aeronaves Boeing”.
Apesar de terem saudado a libertação, os Estados Unidos “continuarão a trabalhar para libertar os quase 1.300 presos políticos restantes na Bielorrússia”, acrescentou ele. Belarus, por sua vez, afirmou que os EUA têm planos de reabrir sua embaixada em Minsk, mas não especificou uma data. Lukashenko disse que 14 estrangeiros estão entre os bielorrussos libertados “a pedido do Presidente dos Estados Unidos”, incluindo seis cidadãos lituanos, dois letões, dois poloneses, dois alemães, um francês e um britânico.
“Não importa o quão banal isso possa parecer, quero agradecer ao seu presidente (Trump) — não porque eu queira bajulá-lo, isso é estranho para mim — pelos esforços que ele está fazendo em prol da paz, principalmente em nossa região”, expressou o líder belarusso na abertura da reunião.