A juíza eleitoral Erika Souza Correia Oliveira, da 31ª Zona Eleitoral, em Campo Grande (RN), afirmou em depoimento no STF que nunca tinha visto uma blitz da Polícia Rodoviária Federal no dia das eleições – como a que foi realizada na rodovia federal que cruza o município rumo a Mossoró em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno do pleito presidencial daquele ano.
Ela foi ouvida como testemunha de defesa do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques em uma das ações que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder depois da vitória de Lula na última corrida ao Palácio do Planalto. Vasques é acusado de ordenar a realização de blitze concentradas no Nordeste para atrapalhar o deslocamento de eleitores do petista.
No depoimento, a juíza da 31ª Zona Eleitoral disse que exerceu a função nas eleições de 2016, 2018, 2022 e 2024, e o dia do segundo turno do pleito presidencial disputado entre Lula e Bolsonaro foi o único em que ela presenciou a operação da PRF na rodovia. Segundo Erika Oliveira, os policiais rodoviários federais revistaram carros particulares, sem um foco direcionado a ônibus para transporte de eleitores.
A magistrada declarou que, naquele dia das eleições de 2022, mesários e populares relataram que eleitores da zona rural de Campo Grande enfrentavam dificuldades para acessar a zona urbana e votar.
Ao mesmo tempo, confirmou ter participado da confecção de um relatório atestando que a atuação da PRF “ocorreu dentro dos parâmetros fixados pela decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes” na véspera do segundo turno de 2022, quando ele era presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
