Número de passos, frequência semanal, intensidade… Todo mundo tem consciência de que precisa suar a camisa regularmente, mas sonha em saber também qual critério ou aspecto da atividade física pode maximizar seus benefícios à saúde. E a ciência também corre atrás de respostas.
Desta vez, um estudo publicado no periódico British Journal of Sports Medicine apurou o que determinaria mais ganhos ao bem-estar físico entre mulheres com uma média de idade de 70 anos. Seria o número de passos dados no dia a dia ou o número de dias em que se exercita durante a semana?
Na análise, baseada em dados de 13 547 americanas que usaram dispositivos para monitorar seu nível de movimento e foram acompanhadas ao longo de mais de uma década, o número de passos se mostrou um fator mais impactante para a saúde do que a frequência de dias por semana.
Segundo os cálculos apresentados, as participantes da pesquisa que davam 4 000 passos uma ou duas vezes por semana corriam um risco de morrer precocemente 26% menor, índice que chegava a 40% se caminhassem três dias por semana.
O ponto, ao menos para as mulheres mais velhas, é que é a contagem diária de passos, não o número de dias de exercício por semana, que esteve associado aos maiores benefícios. Ou seja, não bastaria aumentar a frequência semanal sem alterar o número de passos dados.
O trabalho americano demonstra que dar pelo menos 4 000 passos por dia, ainda que apenas um ou dois dias por semana, já diminui significativamente as chances de morrer mais cedo e sofrer doenças cardiovasculares, em comparação com quem não alcança essa meta.
Do ponto de vista prático, os autores do estudo reforçam que a métrica dos passos pode ser uma via mais simples e factível de se mirar e aderir para balizar a prática de exercícios no cotidiano.
Ainda assim, no fundo, a grande lição que mais essa evidência deixa é que qualquer movimento a mais está valendo – e faz diferença na prevenção de doenças e no ganho de expectativa e qualidade de vida.