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Número de mortos em incêndio em Hong Kong chega a 128; novas prisões são efetuadas

O número de mortos no incêndio que devastou o conjunto residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong, subiu para 128, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira, 28. As autoridades encerraram oficialmente as operações de resgate, mas alertam que o total pode aumentar, já que cerca de 200 pessoas seguem desaparecidas.

O fogo começou na tarde de quarta-feira 26 e se espalhou rapidamente por sete dos oito blocos de 32 andares do complexo, que abriga mais de 4.600 moradores. Trata-se da tragédia mais mortal na cidade desde 1948, quando um incêndio em armazéns deixou 176 mortos.

Suspeita de corrupção

As primeiras investigações apontam para uma combinação de negligência, falhas estruturais e possível corrupção. O órgão anticorrupção de Hong Kong prendeu oito pessoas ligadas à obra de reforma do complexo, entre elas um consultor de engenharia, um subcontratado de andaimes e um intermediário. No dia anterior, a polícia já havia detido dois diretores e um engenheiro da Prestige Construction, empresa responsável pelas melhorias.

Eles são investigados por homicídio culposo e pelo uso de materiais altamente inflamáveis, como placas de espuma que bloqueavam janelas e podem ter acelerado a propagação das chamas. A empresa não se pronunciou. A investigação também apura possíveis irregularidades na contratação da obra.

O secretário de Segurança, Chris Tang, afirmou que os alarmes contra incêndio falharam no momento da tragédia. Moradores também relatam que as telas e andaimes instalados para a reforma criaram um ambiente propício para o alastramento do fogo. Em 2024, apesar das queixas, o governo classificou o local como de “baixo risco”.

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Com o fim do resgate, famílias passaram nesta sexta-feira a reconhecer, por fotografias, os corpos recuperados pelos bombeiros. Apenas 39 das 128 vítimas foram identificadas até o momento.

Entre os desaparecidos estão 19 trabalhadoras domésticas filipinas. O consulado da Indonésia confirmou que duas de suas cidadãs morreram no incêndio. Hong Kong tem cerca de 368 mil empregados domésticos estrangeiros, a maioria de países do Sudeste Asiático.

Mais de 900 voluntários montaram um centro improvisado de apoio em um shopping próximo ao complexo, distribuindo alimentos, roupas, produtos de higiene e assistência psicológica às famílias desabrigadas.

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O líder de Hong Kong, John Lee, anunciou a criação de um fundo equivalente a US$ 39 milhões para ajudar os sobreviventes. Grandes empresas chinesas também prometeram doações.

Hong Kong, uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, está repleta de complexos habitacionais de arranha-céus. Os preços exorbitantes dos imóveis são há muito tempo motivo de descontentamento, e analistas afirmam que a tragédia pode acirrar o ressentimento contra as autoridades, apesar dos esforços para reforçar o controle político e de segurança nacional.

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