O Radar de Preferências é um relatório emitido todos os meses pelo Itaú BBA com ideias de investimentos. No documento, emitido no início de setembro, uma mudança chama a atenção: a inclusão dos BDR do Nubank (ROXO34) no lugar ocupado anteriormente pelo papel do BTG Pactual. A recomendação, de ‘compra’, vem acompanhada por uma estimativa de valorização para o ativo de 34%. Ou seja, o preço saltaria dos atuais 13,43 reais para 18 reais. Não é pouco. BDRs, grosso modo, representam um meio do investidor aqui no Brasil comprar e vender ativos no exterior sem necessidade de abrir conta em uma corretora no exterior.
Há algumas explicações no relatório para essa recomendação.
A primeira, é o momento do setor financeiro. De acordo com o Itaú BBA, o segmento passou por período de alta inadimplência entre 2022 e 2023. Mas 2024 mostrou-se um ano de recuperação, com crescimento das carteiras de crédito.
“Para 2025, esperamos um crescimento sólido dos portfólios, embora com cautela, dado o cenário de juros ainda elevados e a necessidade de atenção ao risco de crédito”, indica o relatório.
A taxa de juros básica da economia, a Selic, não custa nada lembrar, está em 15% ao ano e não há qualquer expectativa do mercado financeiro de que o Comitê de Política Monetária (Copom) inicie em setembro o ciclo de cortes, que deve começar mesmo em 2026.
É nesse ponto que entra a predileção pelo Nubank. Para o Itaú BBA, o banco tem mostrado avanço em empréstimo pessoal, crédito consignado, além de caminhar bem em seguros e serviços financeiros. Cerca de 60% dos adultos no Brasil têm conta sob custódia da instituição financeira. Assim, o relatório conclui que o Nubank “tem demonstrado resiliência e capacidade de adaptação, com destaque para a nova política de limites do cartão de crédito, que deve impulsionar o volume transacionado e a penetração de produtos como o PIX financiado”.
Nubank: panorama do banco digital
Em agosto, o Nubank informou ter registrado lucro líquido de 637 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, alta de 42% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As receitas, então, aumentaram 40% e atingiram 3,7 bilhões de dólares. No Brasil, a base de clientes é de 107,3 milhões de pessoas, isso até junho de 2025.