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Novo relatório revela principais livros banidos de escolas nos EUA; Stephen King lidera lista

Mais de 6.800 casos de livros temporariamente ou permanentemente foram retirados do ano letivo de 2024-2025 em escolas dos Estados Unidos, mostrou um relatório da organização sem fins lucrativos PEN America divulgado nesta quarta-feira, 1°. Na liderança dos escritores mais censurados, está o americano Stephen King, autor de “It – A Coisa” e “Carrie”. Suas obras foram proibidas 206 vezes, de acordo com o levantamento.

“Seus livros são frequentemente retirados das prateleiras quando títulos ‘adultos’ ou livros com ‘conteúdo sexual’ são alvos de remoção — essas proibições proíbem, em sua maioria, conteúdo LGBTQ+ e livros sobre raça, racismo e pessoas de cor — mas também afetam títulos como os de Stephen King”, explicou Kasey Meehan, diretora do programa Liberdade de Leitura do PEN e autora do relatório, à agência de notícias Associated Press.

“Alguns distritos — por serem excessivamente cautelosos ou temerosos de punição — fazem uma varredura tão ampla que acabam removendo Stephen King do acesso também”, acrescentou ela.

O número é inferior aos 10.000 registrados em 2023-24, mas acima dos níveis de anos atrás, quando a PEN não enxergava necessidade de elaborar um relatório. Segundo a ONG de liberdade de expressão, milhares de livros foram retirados da prateleiras numa espécie de autocensura que antecipava a pressão comunitária, política e jurídica. Muitos dos casos só se tornam públicos após a publicação de reportagens sobre o tema, o que indica que os dados estimados pelo relatório ainda são subcontados.

“Isso funciona como uma forma de ‘obedecer antecipadamente’”, disse o documento, acrescentando que o motivo da capitulação está “enraizado no medo ou simplesmente no desejo de evitar tópicos que possam ser considerados controversos”.

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Quem mais está na mira

A obra mais proibida foi “Laranja Mecânica”, o clássico de 1962 do britânico Anthony Burgess, com 23 remoções. Entre os autores na mira, estão Patricia McCormick, Judy Blume, Jennifer Niven, Sarah J. Maas e Jodi Picoult. Cerca de 80% das proibições totais tiveram origem em apenas três estados que tentaram ou promulgaram leis de cerco aos livros: Flórida, Texas e Tennessee.

Na Flórida, mais de 2.000 livros foram proibidos ou restringidos. Por lá, vários condados foram responsáveis pela censura às obras de King, que foram retiradas às dezenas como parte de uma revisão sobre a conformidade com as leis estaduais no ano passado. Em paralelo, a pesquisa encontrou poucos ou nenhum caso de remoção em outros estados. Illinois, Maryland e Nova Jersey, por exemplo, limitam a autoridade de bibliotecas escolares e públicas para retirar livros.

“É cada vez mais uma história de dois países”, afirmou Meehan. “E não é apenas uma história de estados republicanos e democratas. Na Flórida, nem todos os distritos escolares responderam aos apelos pela proibição de livros. É possível encontrar diferenças de condado para condado.”

A metodologia da PEN não é a mesma da Associação Americana de Bibliotecas (ALA, na sigla em inglês), que também produz relatórios anuais sobre o assunto. As estimativas da ONG são mais elevadas porque levam em consideração todos os livros removidos ou restringidos por qualquer período de tempo, enquanto a ALA somente contabiliza obras que foram proibidas permanentemente.

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