Recém chegado ao posto de presidente da Nestlé, Philipp Navratil anunciou um corte de 16 mil postos de trabalho na companhia. O executivo foi nomeado para o cargo em setembro, quando seu predecessor, Laurent Freixe, foi demitido após uma investigação interna mostrar que ele mantinha um relacionamento íntimo com uma subordinada. Navratil, agora na cadeira de CEO, realizou sua primeira divulgação de resultados trimestrais da Nestlé nesta quinta-feira, 16, quando anunciou a redução expressiva no quadro de funcionários. O contingente de pessoas que serão demitidas representa quase 6% dos 277 mil empregados da companhia ao redor do mundo.
As ações do grupo suíço sobem mais de 8% nesta quinta-feira na bolsa suíça, um dos melhores desempenhos da história, com o mercado reagindo bem ao plano de demissões e contenção de gastos. O ativo voltou à cotação de 82 francos suíços, que não era registrada desde junho deste ano. Os investidores estão otimistas com a mudança na meta de contenção da Nestlé, que agora pretende economizar 3 bilhões de francos suíços (mais de 20 bilhões de reais) até o fim de 2027. A meta anterior era de 2,5 bilhões de francos (17 bilhões de reais).
A demissão de 16 mil pessoas deve ocorrer ao longo dos próximos dois anos, segundo a companhia. Cerca de 12 mil postos a serem cortados são de caráter administrativo, enquanto 4 mil postos estão nas áreas de fabricação de produtos e na cadeia de suprimentos.
Demitido em setembro em meio a um escândalo, Laurent Feixe ficou no cargo de CEO por cerca de um ano. Navratil tem mais de 20 anos de experiência na Nestlé e, antes de ser alçado ao posto mais alto do grupo, comandava a Nespresso. O novo CEO indicou que vai seguir uma estratégia semelhante à de seu antecessor, que envolve corte de gastos e encerramento de negócios considerados ineficientes.
