O Comando Sul dos Estados Unidos informou nesta terça-feira, 16, ter alvejado três embarcações suspeitas de envolvimento com o narcotráfico no Pacífico. A ofensiva aconteceu na segunda-feira 15, nas proximidades da costa latino-americana, embora os militares não tenham detalhado o local exato. Oito homens morreram no episódio, ampliando o número de fatalidades da campanha antidrogas na região para 95.
“Informações de inteligência confirmaram que as embarcações estavam transitando por rotas conhecidas de narcotráfico no Pacífico Oriental e estavam envolvidas em tráfico de drogas”, afirmou o Comando Sul na rede social X. O post também mostra o momento exato dos três ataques, detalhando o número de mortos por cada barco: “Três na primeira embarcação, dois na segunda e três na terceira”.
Os bombardeios ocorrem em meio ao aumento da pressão de Washington sobre o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro. Desde o retorno de Donald Trump a Casa Branca, as tensões com Caracas escalaram rapidamente, com o envio de navios de guerra americanos para patrulhar a costa venezuelana e acusações de que o próprio Maduro é o líder de um cartel de drogas.
+ Em meio à escalada com a Venezuela, chefe militar dos EUA na América Latina deixa cargo
Até o momento, 26 embarcações foram destruídas por ataques americanos, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, tornou-se alvo de cobranças por parte de congressistas e juristas para esclarecer as circunstâncias dos bombardeios, uma vez que há dúvidas se os barcos tinham como destino os Estados Unidos e até mesmo se transportavam fentanil, o opioide responsável pela crise que justifica a operação militar.
Outro ponto de tensão envolve os pedidos para que Hegseth divulgue a íntegra do vídeo de um ataque ocorrido em 2 de setembro, no qual sobreviventes da primeira bomba teriam sido mortos por uma segunda. Parlamentares ameaçam limitar o orçamento de viagens do secretário caso as imagens não sejam divulgadas.
Trump vem sugerindo repetidamente que a campanha militar pode se expandir dos mares para a terra, ampliando os temores de uma invasão à Venezuela. No início de dezembro, a Casa Branca orientou cidadãos americanos a deixarem a Venezuela devido ao “alto risco de detenção ilegal, tortura, terrorismo, sequestro, aplicação arbitrária das leis locais, criminalidade e agitação civil”.
Como resposta, Maduro tem instruído unidades militares a promover uma resistência no estilo de guerrilha no caso de uma invasão. De acordo com a agência de notícias Reuters, o cenário é motivado pela consciência de Caracas a respeito da capacidade de seu Exército, que sofre com escassez de efetivo e equipamentos.