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Novo ataque dos EUA a barco na Venezuela deixa quatro mortos; veja vídeo

Os Estados Unidos atacaram um barco que supostamente transportava drogas na Venezuela, anunciou o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, nesta sexta-feira, 3. No X, antigo Twitter, ele informou que as quatro pessoas que estavam a bordo morreram e que se tratavam de “narcoterroristas”. A nova operação ocorre em meio à escalada das tensões entre Caracas e Washington, resultado do envio de tropas americanas ao Caribe em cerco ao narcotráfico.

“O ataque foi realizado em águas internacionais, próximo à costa da Venezuela, enquanto o navio transportava quantidades substanciais de narcóticos — com destino à América para envenenar nosso povo”, escreveu Hegseth.

“Nossa inteligência, sem dúvida, confirmou que esta embarcação estava traficando narcóticos, as pessoas a bordo eram narcoterroristas e estavam operando em uma rota de trânsito conhecida pelo narcotráfico”, acrescentou.

Na publicação, o secretário afirmou que a embarcação era “afiliada a Organizações Terroristas Designadas”, um termo que o governo Trump usou pela primeira vez em um memorando confidencial enviado ao Congresso dos EUA para tentar justificar legalmente a ofensiva as barcos venezuelanos. O documento foi analisado pelo jornal britânico The Guardian. Até então, a Casa Branca se referia aos cartéis como Organizações Terroristas Estrangeiras (FTO, na sigla em inglês).

Além disso, Hegseth disse “ataque foi realizado em águas internacionais, próximo à costa da Venezuela, enquanto a embarcação transportava quantidades substanciais de narcóticos – com destino aos Estados Unidos para envenenar nosso povo”. Ele também alertou que “esses ataques continuarão até que os ataques ao povo americano acabem!!!!”.

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Sob escrutínio no Congresso, as operações são justificadas pela administração Trump como a aplicação do artigo II da Constituição dos EUA, que permite ao presidente usar força militar em legítima defesa em combates limitados. O argumento da Casa Branca é de que os ataques são permitidos já que o cartel Tren de Aragua foi considerado uma organização terrorista. A nomenclatura também serviu como base para a deportação de venezuelanos para El Salvador sob a Lei de Inimigos Estrangeiros.

Trata-se da terceira vez que os EUA alvejam um navio venezuelano. Em setembro, um ataque americano deixou 11 mortos e foi amplamente condenado pelo regime de Nicolás Maduro. Na época, ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que os Estados Unidos “confessaram abertamente o assassinato de 11 pessoas” e que nenhuma das vítimas pertencia ao Tren de Aragua.

“Fizemos nossas investigações aqui no país e há famílias de desaparecidos que querem seus parentes, e quando perguntamos nas cidades, nenhum era de Tren de Aragua, nenhum era traficante de drogas”, afirmou Cabello, que é líder do partido governista, à televisão estatal.

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“Um assassinato foi cometido contra um grupo de cidadãos usando força letal”, continuou ele. “Como os identificaram como membros do Trem de Aragua? Eles tinham, não sei, um chip? Eles tinham um código QR e (os militares americanos) o leram de cima, no escuro?”

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Trump x Maduro

A Casa Branca acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles e oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do chefe do regime chavista. Ele não só violou as leis de narcóticos americanas e tomou o poder de forma não democrática na Venezuela, mas também tem ligações com grupos criminosos, como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, e comanda o Cartel de los Soles “há mais de uma década”, segundo o governo americano.

Em declaração recente, a secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, informou que foram apreendidos US$ 700 milhões em ativos ligados a Maduro. Em meio a trocas de farpas, o líder venezuelano mobilizou 4,5 milhões de milicianos chavistas em todo o país, apresentando a medida como uma estratégia de segurança. As acusações logo escalaram para uma movimentação militar americana em direção à Venezuela.

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Os navios de guerra USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson atuam desde o mês passado na costa venezuelana, também patrulhada por aviões de vigilância. Eles são acompanhados pelo destróier USS Lake Erin, capaz de disparar 122 mísseis, e pelo submarino USS Newport News, com ataque de propulsão nuclear.

Três contratorpedeiros, do grupo Anfíbio de Prontidão (ARG, na sigla em inglês), voltaram à região no final de agosto, depois de terem sido forçados a retornar aos EUA devido ao furacão Erin. As embarcações americanas poderão ser usadas para diferentes finalidades, de operações de inteligência vigilante a ataques direcionados contra a terra firme, disse uma autoridade à Reuters sob condição de anonimato.

Em paralelo, o avião Poseidon P-8, da Marinha tem operado a partir de San Juan, em Porto Rico, e tem conduzido voos circulares nos arredores de Aruba, no norte da Venezuela, para localizar semissubmersíveis, comumente usados pelo narcotráfico para transportar drogas para o México. De lá, os entorpecentes seguem para os EUA. Um Boeing E-3 Sentry também foi localizado na região, sendo empregado para localizar alvos de interesse.

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