A região Nordeste despontou como uma grande referência geográfica do país quando o assunto é energia limpa. Mais de 40 bilhões de reais em financiamentos no segmento foram mobilizados pelo Banco do Nordeste (BNB) ao longo da última década, segundo o presidente da instituição pública, Paulo Câmara. Apesar da expansão do setor, o período de crescimento continua. “O que os estudos nos mostram é que ainda estamos muito aquém do potencial da região”, diz Câmara, durante o Veja Fórum de Energia Elétrica, realizado nesta segunda-feira, 29, em São Paulo.
O banqueiro alerta para a necessidade de se olhar não apenas para a geração da energia renovável, mas para a sua distribuição. “Temos alguns gargalos na transmissão, para escoar a energia em sua totalidade”, diz. “Não adianta continuar avançando na geração se a distribuição não acompanhar na mesma velocidade”. A questão da transmissão da energia está sendo considerada pelo banco no financiamento de projetos prioritários na região.
Paulo Câmara celebrou a disposição do setor privado para investir em projetos sustentáveis no Nordeste. Um edital lançado em parceria com o BNB no final de maio recebeu sugestões de projetos que giram na casa dos 127 bilhões de reais — muito acima dos 10 bilhões de reais que serão destinados para os financiamentos. “Espero que esse piso de 10 bilhões de reais chegue a altura dessa demanda no futuro”, diz o executivo. Os projetos se concentram nas áreas de energia renovável, indústria sustentável e bioeconomia, e os vencedores serão selecionados até o final de novembro. “Vamos ter muita coisa acontecendo no Nordeste”.