Em outubro de 2025, quando o Campeonato Sul-Americano de Golfe Sênior começou no Rio de Janeiro, um nome em especial chamou a atenção de todos antes mesmo da primeira tacada. Aos 92 anos, o engenheiro de formação e atleta amador Enrique Samuel Goytizolo Tesson, natural de Callao, em Lima, no Peru, fez história nos gramados cariocas ao se tornar o participante mais velho da competição. O marco revelou o seu segredo para tamanha vitalidade: para ele, o esporte nunca foi apenas um hábito, mas sim, uma forma de viver.
O envolvimento de Goytizolo com o esporte começou muito antes que ele entrasse como entusiasta em um campo de golfe pela primeira vez. Na juventude, dedicou-se ao remo – disciplina que o levou ao Rio de Janeiro em 1954, quando competiu no Campeonato Sul-Americano da modalidade. Depois vieram o squash e o tênis, esportes que praticou por anos.
Foi aos 63 anos que o golf ganhou um lugar especial em sua vida. Longe de ser tarde, a modalidade marcou o início de um novo ciclo. Desde então, já são 29 anos de prática contínua. “Além de melhorar a saúde, você também faz muitos bons amigos. O aspecto social do golfe ajuda a ter várias boas amizades com pessoas que têm os mesmos interesses. Além disso, muitos bons negócios podem ser feitos no campo de golfe”, conta.
Ele participa de diversos torneios nacionais e também de competições internacionais, representando o Peru em países como o Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai, Equador, Venezuela e Bolívia, além do Brasil.
Apesar de nunca ter sido atleta profissional, seu compromisso sempre foi o mesmo: treinar, evoluir, competir. No início, chegou a jogar quase diariamente. Hoje, mantém uma rotina de três sessões semanais, complementada por alongamentos e levantamento de peso.
Ao lado da esposa, a pianista Piedad Aramburu, Enrique construiu uma família em que o esporte é elemento central. De seus oito filhos, vários seguiram a mesma trilha. Enrique, o mais velho, chegou a ser campeão nacional de salto com vara. José Luis, Daniel e Francisco são hoje parceiros fiéis no golfe. Fernando, Carlos, Luis Felipe e Claudia também cresceram envolvidos em atividades esportivas.
O golfe, em particular, tornou-se um aliado do corpo e da mente. “Manter-se ocupado com um esporte como o golfe ajuda a preservar tanto a saúde física quanto a mental”, diz. A filosofia de vida de Goytizolo é simples e moldada por décadas de treino, competição e convivência: mover-se faz viver. E, para ele, viver sempre foi sinônimo de continuar jogando.