Em depoimento no Supremo Tribunal Federal, o general Mario Fernandes admitiu a autoria do chamado Plano Punhal Verde Amarelo, que consistia num planejamento do assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Fernandes, que era secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro, destacou porém que não compartilhou o material com ninguém.
“O arquivo nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado, um compilar de dados, um estudo de situação meu, de pensamento, uma análise de riscos que eu fiz e por um costume próprio, decidi, inadvertidamente, digitalizá-lo. Não foi mostrado a ninguém. Não foi compartilhado com ninguém”, disse Fernandes no depoimento ao STF, onde é réu da ação penal que investiga a trama golpista.
Buscando minimizar a gravidade, ele afirmou que o documento refletia apenas um pensamento digitalizado. “Me arrependo de ter digitalizado isso. Não passa de um compilamento de dados”.
Apesar de ter impresso o documento minutos antes de participar de uma reunião no Palácio da Alvorada, ele reforçou que não apresentou o documento a ninguém.
“Imprimi por um costume pessoal de evitar ler documento na tela. Imprimi para mim. Logo depois, rasguei”, explicou Fernandes.
O general foi preso em novembro do ano passado após a PF encontrar o plano para matar Lula em seus equipamentos eletrônicos.