Autoridades religiosas da Nigéria confirmaram nesta segunda-feira, 8, que 100 crianças sequestradas no mês passado em uma escola católica do estado de Níger foram libertadas. O governo federal ainda não esclareceu se a libertação ocorreu por meio de negociação, pagamento de resgate ou ação militar, deixando centenas de pais em suspense.
O sequestro ocorreu em novembro, quando mais de 300 alunos e doze funcionários do colégio St. Mary’s Catholic School, na vila de Papiri, foram levados por homens armados. Cerca de cinquenta crianças conseguiram fugir nas horas seguintes, mas não havia informações sobre o restante das vítimas até o anúncio desta segunda.
A Associação Cristã da Nigéria, entidade que confirmou o resgate, afirmou que algumas das crianças têm apenas seis anos. Já outras 150 vítimas do rapto continuam sem paradeiro conhecido. A pressão sobre o governo do presidente Bola Tinubu continua, alvo de críticas pela falta de controle sobre as milícias e gangues que atuam no norte do país.
A ofensiva contra escolas se intensificou nos últimos anos no norte da Nigéria, onde grupos criminosos armados — alguns ligados a células jihadistas — realizam ataques para exigir resgate. Desde o rapto das 276 meninas de Chibok, em 2014, esses crimes se tornaram rotina na região.
A libertação dos estudantes coincidiu com a visita de uma delegação do Congresso dos Estados Unidos ao país. Após se reunir com autoridades e líderes religiosos, o deputado americano Riley Moore afirmou que Nigéria e EUA vão criar uma força-tarefa conjunta para reforçar a segurança e combater grupos armados no nordeste.
“Discutimos ações concretas capazes de enfraquecer organizações terroristas e proteger comunidades cristãs”, disse Moore, que afirmou ver no resgate das crianças um sinal de que a resposta do governo começa a ganhar força. “Ainda há muito a ser feito, mas estamos avançando.”