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Netanyahu marca reunião com gabinete sobre expandir guerra em Gaza e controlar território

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve se reunir com seu gabinete de segurança, um grupo seleto de seus ministros, nesta quinta-feira, 7, para discutir planos para que os militares assumam o controle de mais território em Gaza, apesar das crescentes críticas internas e externas sobre a guerra na região.

O gabinete foi convocado após uma tensa reunião de três horas na terça-feira 5 com o chefe das Forças Armadas, Eyal Zamir, que desaconselhou Netanyahu a tomar controle total do enclave e se recusou a expandir a ofensiva.

Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos israelenses quer que a guerra termine com um acordo que preveja a libertação dos reféns restantes. Um levantamento feito pelo jornal local The Times of Israel revelou que 53,2% rejeitam a anexação de partes da Faixa de Gaza, enquanto 38,9% apoiam a ocupação. Outros 7,9% estão indecisos. O governo de Netanyahu insiste na vitória total sobre o Hamas, que deu início ao conflito com seu ataque mortal contra Israel em outubro de 2023.

A ideia de forças israelenses avançando para áreas que ainda não controlam no enclave palestino gerou alarme em Israel. Na quinta-feira, a mãe de um refém pediu que a população fosse às ruas para expressar sua oposição à expansão da campanha.

“Alguém que fala em um acordo abrangente não conquista a Faixa de Gaza e coloca reféns e soldados em perigo”, escreveu Einav Zangauker no X (antigo Twitter), em comentários direcionados a Netanyahu.

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O Fórum de Famílias de Reféns, que representa os cativos mantidos em Gaza, instou Zamir a se opor à expansão da guerra e pediu que o governo aceite um acordo.

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse na quarta-feira 6 que os militares executariam as decisões do governo até que todos os objetivos da guerra fossem alcançados. Líderes israelenses há muito insistem que o Hamas seja desarmado e não tenha nenhum papel futuro no governo de Gaza, e que os reféns sejam libertados.

As Nações Unidas classificaram os relatos sobre uma possível expansão das operações militares de Israel como “profundamente alarmantes”.

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Ainda há 50 reféns em posse do Hamas, dos quais, segundo autoridades israelenses, 20 estão vivos. A maioria dos libertados até agora ocorreu em decorrência de negociações diplomáticas. As tratativas para um novo cessar-fogo, que poderiam ter resultado semelhante, fracassaram em julho.

O Hamas divulgou vídeos na semana passada de dois reféns vivos, magros e frágeis, gerando condenação internacional.

O grupo, que governa Gaza há quase duas décadas, mas agora controla apenas partes do território, insiste que qualquer acordo deve levar ao fim permanente da guerra, enquanto Israel acusa seus dirigentes de mentir sobre a disposição em ceder o poder num cenário pós-conflito.

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Enclave sitiado

O exército israelense afirma controlar cerca de 75% de Gaza. A maior parte da população, de cerca de 2 milhões de habitantes, foi deslocada diversas vezes nos últimos 22 meses, e grupos de ajuda humanitária alertam que os moradores do enclave estão em risco de catástrofe alimentar aguda.

Quase 200 palestinos morreram de fome em Gaza desde o início da guerra, quase metade deles crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A maior parte das mortes ocorreram nos últimos meses.

Nesse cenário, Netanyahu está sob intensa pressão internacional para chegar a um acordo de cessar-fogo, mas também enfrenta pressão interna da coalizão ultradireitista que o sustenta no poder para continuar a guerra. Partidos religiosos em seu governo defendem a ocupação total de Gaza e o restabelecimento dos assentamentos israelenses, duas décadas após o fim da ocupação.

O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse a repórteres na quarta-feira que esperava que o governo aprovasse a tomada do controle militar sobre o restante de Gaza.

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