Presidente do Congresso, Davi Alcolumbre leu, nesta terça, o requerimento de abertura da CPMI do INSS. Com o ato, tornou inevitável a abertura do mais famoso dos palcos políticos do Parlamento.
A investigação legislativa vai mobilizar deputados e senadores na busca por respostas para o bilionário escândalo de corrupção envolvendo descontos ilegais de aposentadorias no INSS.
Segundo descobriu a Polícia Federal, o esquema começou em 2019, avançou durante todo o governo de Jair Bolsonaro, e tornou-se um escândalo de proporções bilionárias com a chegada de Lula ao Planalto.
É conhecido o dito entre políticos, em Brasília, segundo o qual sabe-se como uma CPMI começa, mas nunca como ela terminará. Com diferentes entidades ligadas ao petismo envolvidas nas fraudes, o governo Lula já começa como um dos principais alvos da apuração no Parlamento.
Lula demitiu Carlos Lupi da Previdência e também trocou o chefe do INSS logo após a batida da PF no órgão. Recentemente, o Radar revelou que a Dataprev tinha entregue ao governo uma ferramenta capaz de impedir o assalto aos aposentados. O governo petista preferiu não usá-la, fechando os olhos para a farra que se dava na Previdência.
Com a abertura da apuração, caberá agora aos partidos políticos o papel de indicar deputados e senadores que integrarão o colegiado. Depois disso, a comissão fará a primeira reunião, escolherá presidente e relator dos trabalhos, e definirá um roteiro a seguir.
Como ocorre em toda investigação desse tipo, parlamentares farão requerimentos de quebra de sigilo, pedirão compartilhamento de provas com a Polícia Federal e aprovarão convocações de investigados para que falem, ao vivo para todo o país, sobre o escândalo de corrupção.
Com tamanho espetáculo político por ocorrer, o governo Lula, que já andava perdido na articulação política das votações importantes no Legislativo, perderá completamente o caminho para conseguir mobilizar partidos em torno de agendas de interesse de Lula. Isso se não for arrastado para o centro do escândalo. Vem daí o desespero dos ministros de Lula, nas últimas semanas, para tentar evitar que a apuração fosse aberta. Que o espetáculo comece.