A Nascar Brasil Series consolida seu crescimento no automobilismo nacional, alavancada pela parceria estratégica firmada com a Nascar americana no final de 2022. O acordo transformou a antiga GT Sprint Race na quarta operação internacional da organização, um marco que o CEO da Mais Brasil Esportes, Carlos Col, define como “um pilar de referência e sustentabilidade”.
O processo de aliança começou entre o final de 2021 e 2022, culminando na assinatura do contrato em Charlotte, nos EUA. Carlos Col ressalta a importância do parceiro: “Eu visito a Nascar Americana como referência há muitos anos. Eles têm uma relevância enorme no esporte americano e são, sem dúvida nenhuma, os maiores em termos de categoria de turismo no mundo — em audiência, público, geração de negócios. É uma excelente plataforma para os parceiros.”

Desde o início do trabalho em 2023, o intercâmbio com a matriz tem sido intenso. “A categoria vem num crescendo muito bom, obviamente muito suportado por eles, nos ajudando em tudo, num intercâmbio muito bom”, afirma Col.
A inovação será acentuada em 2026, com a chegada de um carro totalmente novo. O modelo terá carroceria em fibra de carbono, será mais leve e trará um upgrade de 60 cavalos na motorização V6.
O executivo prioriza a confiabilidade em detrimento da complexidade, defendendo uma filosofia direta. O novo veículo, segundo ele, “não tem nenhuma ‘invencionice’. É realmente um carro, vamos dizer, um ‘feijão com arroz’ muito bem feito e temperado, e não um caqueiro que tem risco de estragar”.
Essa abordagem visa preservar o equilíbrio financeiro da categoria, “estabelecendo uma boa relação custo-benefício para pilotos e seus patrocinadores”.
No campo esportivo, a categoria planeja introduzir o formato de playoffs e manter a tradição de mesclar pilotos experientes — como Thiago Camilo e Cacá Bueno — com a nova geração promissora, representada por nomes como Tito Giaffone Filho e Vittor Andrade. Para Col, “a virtude da Nascar é mesclar essas duas faixas etárias e de experiência do automobilismo”.
A estratégia de expansão busca “pulverizar mais os nossos eventos pelo Brasil”, aproveitando a finalização de novos autódromos em Cuiabá, Mantina e Chapecó. Esse movimento tem atraído apoio local: “Tradicionalmente, o automobilismo não recebe tanto apoio assim dos governos e prefeituras, mas essa nova fase da NASCAR tem despertado muito interesse.” O calendário de 2025 prevê 21 corridas em nove etapas, com abertura em Campo Grande (MS) e final em Interlagos (SP).
A audiência cresceu exponencialmente. A etapa de Interlagos, por exemplo, atraiu entre 42 e 43 mil pessoas no domingo. Col destaca um perfil familiar atípico para o automobilismo: “Ao longo do ano, perto de 250.000 pessoas, somando os autódromos pequenos com os maiores, e sempre com muito entusiasmo. É muito grande a presença de famílias, crianças, esposas, o que não é o tradicional habitual no automobilismo.”
A visibilidade midiática foi crucial para esse salto. O pacote de transmissão (ESPN/Disney Plus e Rede TV) garantiu, nas palavras de Col, “um salto de cerca de 8 a 10 vezes maior no alcance junto ao público, do ano passado para esse ano”.
Inspirada na matriz americana, a Nascar Brasil se estabelece como uma sólida plataforma de negócios, atraindo grandes players como a Petrobras (a partir de 2025). Col detalha: “Tudo isso forma uma grande plataforma de negócios, e a gente entende que só assim há sustentabilidade para fazer um esporte acessível e de alta qualidade técnica.”
Além disso, o programa Driver Development leva jovens de 17 a 21 anos para seletivas nos EUA, com a ambição de, “quem sabe, chegar na categoria principal na NASCAR Cup Series”.
Para Col, o reconhecimento da mídia é fundamental: “É muito importante um veículo da importância do [seu] abrir um espaço para esse tipo de esporte, que é também negócio e lifestyle. São coisas que cada vez mais têm a sua representatividade dentro da sociedade.”