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‘Não há prazo’ para Hamas se desarmar, diz vice de Trump em visita a Israel

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D, Vance, afirmou nesta terça-feira, 21, durante visita a Israel, que “não há um prazo” estabelecido para o Hamas se desarmar. A desmilitarização do grupo terrorista palestino é um dos pontos previstos nas próximas fases do acordo de paz elaborado pelo presidente americano, Donald Trump, para a Faixa de Gaza.

Em declaração a repórteres, Vance não detalhou como os mediadores das negociações, que incluem Egito, Catar e Turquia, além dos Estados Unidos, garantiriam vários pontos sensíveis da frágil trégua. Embora tenha ecoado seu chefe ao afirmar que o Hamas seria “destruído” caso se recusasse a depor as armas, o vice-presidente americano declarou não saber se o grupo islamista terá algum papel na futura governança do enclave palestino — isso seria explicitamente proibido pelo plano de Trump.

“Não acho que seja aconselhável dizer que isso precisa ser feito em uma semana”, disse ele sobre a estipulação de um prazo para que os terroristas entreguem as armas. “Nosso alerta ao Hamas é muito direto: o Hamas precisa se desarmar, o Hamas precisa se comportar e, embora todos os combatentes possam receber algum tipo de clemência, eles não poderão matar uns aos outros e seus companheiros palestinos.”

A viagem de Vance a Israel faz parte de uma ofensiva diplomática para reforçar o cessar-fogo após uma série de violações. Ele se encontrou nesta terça com os enviados especiais de Trump Steve Witkoff e Jared Kushner, que desembarcaram no país na véspera, e especialistas militares que monitoram a trégua. Na quarta-feira, 21, sua agenda inclui conversas em Jerusalém com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.

A pauta principal da visita será a manutenção do cessar-fogo, mas espera-se que Vance também pressione Netanyahu a iniciar tratativas justamente sobre as questões de longo prazo para o fim permanente da guerra em Gaza. Além do desarmamento do Hamas, e da anistia para os seus membros que se renderem, outro ponto sensível é a retirada integral do Exército israelense do território palestino — prevista pelo acordo, mas também sem cronograma estipulado.

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Negociações intensas

Também em visita a Jerusalém, o chefe de inteligência egípcio, Hassan Rashad, reuniu-se com Netanyahu nesta terça. De acordo com comunicado do gabinete do premiê israelense, os dois discutiram o avanço do plano de cessar-fogo de Trump, as relações entre Israel e Egito e o fortalecimento da paz entre os dois países. Rashad também tratou diretamente com Witkoff, informou o jornal egípcio Extra News.

Witkoff e Kushner já haviam mantido conversas com Netanyahu na segunda-feira 20, além de outros membros do seu governo, enquanto negociadores do Hamas teriam se encontrado com mediadores egípcios e facções palestinas no Cairo.

Em um discurso ao Knesset, o parlamento israelense, na noite passada, o primeiro-ministro foi vago sobre o que trataria com Vance. “Falaremos sobre dois assuntos: principalmente os desafios de segurança e as oportunidades diplomáticas que enfrentamos”, disse ele. “Superaremos os desafios e aproveitaremos as oportunidades.”

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Nesta terça, o frágil acordo de cessar-fogo pareceu voltar aos trilhos. Israel recebeu de volta os restos mortais de outro refém em Gaza, elevando para treze o número de corpos entregues pelo Hamas. Outros quinze ainda precisam ser devolvidos, um ponto de alta tensão na trégua. Na segunda-feira, Israel também permitiu a retomada das entregas de ajuda humanitária ao território devastado por implacáveis ​​bombardeios. No entanto, o Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza, controlado pelo Hamas, denunciou que a quantidade de insumos distribuídos está muito abaixo do previsto pelo acordo.

Violações

Na segunda-feira, o Exército israelense disse ter identificado uma tentativa de infiltração por parte do Hamas a partir da área de Shejaiya, nos arredores da Cidade de Gaza, contra a chamada linha amarela, zona para a qual os militares recuaram após o início da atual trégua. Em um comunicado divulgado na manhã desta segunda (madrugada em Brasília), o comando militar israelense afirmou que a ação era compatível com o acordo, e continuaria a “remover qualquer ameaça imediata”.

Foi uma ação isolada — diferente do dia anterior. No domingo, as forças israelenses lançaram uma onda de ataques aéreos contra Gaza e uma autoridade de segurança afirmou que a entrega de ajuda humanitária para o território seria suspensa “até novo aviso”. Ao todo, os bombardeios mataram pelo menos 45 pessoas, de acordo com a agência de defesa civil e hospitais de Gaza.

Israel alegou que os bombardeios foram uma resposta necessária depois do Hamas ter atacado soldados israelenses que operavam “para desmantelar a infraestrutura terrorista” na cidade de Rafah, no sul do enclave. Dois militares foram mortos, segundo autoridades do país, o que seriam as primeiras mortes desde o início da trégua, em 10 de outubro. O braço armado do grupo afirmou não ter conhecimento de tais confrontos e não manter contato com grupos locais desde março, garantindo que permanece comprometido com o cessar-fogo.

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