Recuperar o chamado grau de investimento pelas agências de classificação de riscos parece ser uma missão quase impossível para o Brasil nos próximos anos. O alerta foi dado pelo economista Maílson da Nóbrega, colunista da revista VEJA e ex-ministro da Fazenda. O país está a uma revisão de atingir tal objetivo entre as principais agências, mas os avanços são considerados insuficientes. Recentemente, a agência Moody’s rebaixou de positiva para estável a perspectiva para a nota de crédito do Brasil e afirmou que a construção da credibilidade fiscal brasileira tem evoluído de forma mais devagar que a necessária.
Maílson diz que o governo tem uma grave dificuldade de diminuir a dívida pública e que não há interesse por parte do presidente Lula de discutir reformas e projetos estruturais que de fato permitam ao país controlar o rápido crescimento da dívida pública.
“Eu diria que o governo está numa enrascada porque ele não tem instrumentos para controlar o crescimento da dívida. Eu não vejo a menor chance de o Brasil recupera o grau de investimento até o final deste governo porque a dívida pública é elemento essencial para avaliar risco e ela continuará em franca expansão”, disse em entrevista ao programa VEJA Mercado. “A margem é propor reformas e mobilizar o país, mas o problema eu sempre repito: o governo é contra o remédio necessário para resolver o problema”, concluiu. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:
