A França mal se recuperava do assalto cinematográfico ao Museu do Louvre quando outro crime atingiu o patrimônio cultural do país. Menos de 24 horas depois, na segunda-feira 20, assaltantes invadiram a Maison des Lumières, na cidade de Langres, e roubaram parte de uma coleção de moedas de ouro e prata dos séculos XVIII e XIX. O museu é dedicado ao filósofo Denis Diderot, um dos ícones do Iluminismo.
Segundo comunicado da prefeitura obtido pela AFP, os funcionários perceberam sinais de arrombamento ao chegarem para trabalhar e encontraram a vitrine que abrigava o chamado “tesouro do museu” quebrada no chão. O acervo havia sido descoberto por acaso, em 2011, durante obras de restauração no casarão histórico que hoje abriga o museu. À época, foram encontradas 1.633 moedas de prata e 319 de ouro, datadas entre 1790 e 1840.
As autoridades locais ainda não informaram o número de peças roubadas nem o valor estimado do prejuízo, mas confirmaram que um inventário detalhado está sendo realizado para auxiliar a investigação.
Onda de furtos
O crime acontece no rastro do roubo espetacular no Louvre, em Paris, no domingo, 19, quando quatro assaltantes disfarçados de funcionários invadiram a Galeria de Apolo em plena luz do dia. Em menos de dez minutos, quebraram vitrines, recolheram joias do antigo acervo imperial francês e fugiram de motocicleta.
Entre os itens levados estavam peças pertencentes à imperatriz Maria Luísa, esposa de Napoleão Bonaparte, e à rainha Hortênsia de Holanda. A coroa da imperatriz Eugênia, adornada com esmeraldas e mais de 1.300 diamantes, foi recuperada danificada nas imediações do museu. O prejuízo total é estimado em 88 milhões de euros (cerca de R$ 550 milhões).
A sequência de furtos acendeu o alerta nas autoridades. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, classificou o roubo no Louvre como “uma humilhação nacional” e prometeu reforçar a segurança nas instituições culturais do país.
Nas últimas semanas, outros dois museus franceses também foram alvos de ladrões: pepitas de ouro desapareceram do Museu Nacional de História Natural de Paris, e porcelanas chinesas avaliadas em milhões de euros foram levadas de um museu em Limoges.