Às vésperas da segunda edição da Marcha das Mulheres Negras, um manifesto será lançado com propostas que elas demandam quando o assunto é justiça econômica.
O documento foi elaborado pelo Instituto NoFront junto à Marcha das Mulheres Negras e reúne reivindicações que dialogam diretamente com os principais desafios da economia brasileira, como a dívida das famílias ao orçamento público, o cuidado à previdência e o crédito ao investimento privado.
O movimento pretende aproveitar a presença em Brasília para a Marcha, marcada para 25 de novembro, e querem entregar o manifesto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A iniciativa tem como um de seus objetivos reposicionar as mulheres negras como formuladoras e não apenas beneficiárias de políticas econômicas.
O manifesto nasce de um processo coletivo que envolveu mais de 300 mulheres negras e traduz a realidade de quem sustenta a economia nacional em condições precarizadas.
Reparação econômica, trabalho e renda, política macroeconômica, dignidade, investimento público, investimento privado e economia internacional são os sete eixos abordados pelo documento.
Fundadora do Instituto NoFront, a economista Gabriela Mendes defende que as mulheres negras precisam estar cada vez mais nos espaços de decisão política e econômica, indicando caminhos para superar problemas estruturais. “Este Manifesto nasce da nossa vivência e da nossa inteligência coletiva. Não estamos apenas descrevendo desigualdades, estamos apresentando caminhos para superá-las. Quando dizemos que queremos justiça econômica, estamos afirmando que o Brasil só terá futuro quando reconhecer que as mulheres negras já sustentam este país e por isso devem estar no centro das decisões econômicas”, explicou.