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MPF vai apurar se houve intolerância religiosa na programação do Rio para a virada do ano

O Ministério Público Federal abriu uma investigação para apurar se houve intolerância religiosa na decisão da Prefeitura do Rio de incluir um palco gospel entre as atrações do Réveillon na cidade. Ao todo, serão 13 espaços espalhados pela capital fluminense e reservados para shows de artistas na virada do ano. A decisão de reservar um deles somente para esse gênero religioso, contudo, foi motivo de polêmicas nos últimos dias, em meio a declarações do prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD). 

A programação prevê que o palco gospel fique na praia do Leme, na Zona Sul da cidade. Entre as atrações, estão Midian Lima, Samuel Messias, Thalles Roberto e o grupo Marcados Pagode Gospel. Tal iniciativa já havia acontecido no ano passado, também durante a gestão de Paes, que tem boa relação com líderes evangélicos locais. 

A escolha foi alvo de críticas do babalawô Ivanir dos Santos. Para ele, os rituais das religiões de matriz africana, apesar de contribuírem historicamente para o simbolismo do Réveillon carioca, não receberam o mesmo espaço reservado à música gospel. À coluna do jornalista Ancelmo Gois, no jornal O Globo, Santos afirmou que “a diversidade não pode ser apenas um discurso”, mas “exige práticas concretas de reconhecimento, representação e igualdade no uso do espaço público”. 

A crítica foi repercutida pelo prefeito Eduardo Paes, que classificou o posicionamento como um “preconceito dessa gente”. “O réveillon da praia de Copacabana é de todos!  A música gospel também pode ter seu lugar”, completou. Reprovado pelo termo usado, Paes em seguida reforçou “celebrar todos os cariocas” e pediu desculpas “a quem é contra o palco gospel”. 

“Minha defesa as religiões de matriz africana e a liberdade religiosa de forma geral é pública e notória! Me desculpo adiantado com os ritmos que não foram incluídos nesse réveillon!  Prometo mais atenção”, escreveu Paes, antes de destacar a variedade de ritmos contemplados pela programação deste ano. Ainda assim, o prefeito foi alvo de críticas de seguidores por privilegiar uma religião em relação às outras. 

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