Após reunião Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu enviar à Corregedoria Parlamentar as denúncias contra deputados bolsonaristas que participaram do motim que durou mais de 30 horas nesta semana.
“A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu nesta sexta-feira, 8 de agosto, para tratar das condutas praticadas por diversos deputados federais nos dias 5 e 6. A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, diz nota divulgada pela Secretaria-Geral da Mesa da Câmara.
O envio do caso à Corregedoria indica que Motta dá andamento ao trâmite contra os deputados. Segundo o Ato da Mesa nº 180, de 2025, o corregedor parlamentar tem 48 horas para, a partir do conhecimento do fato ou da provocação de qualquer deputado, informar à Mesa Diretora a proposta de suspensão cautelar do mandato. Este procedimento está previsto no Ato da Mesa.
Na terça e na quarta-feira desta semana, a bancada bolsonarista realizou um motim nas duas Casas do Congresso Nacional em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na noite de segunda-feira pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. No início da quarta, Motta convocou sessão no plenário para aquele dia e disse que aqueles que não liberassem a Mesa Diretora estavam sujeitos à suspensão de seis meses do mandato.
Ao chegar no plenário, na noite de quarta, o chefe da Câmara teve dificuldades para sentar na cadeira da presidência — ao todo, foram seis minutos para que ele retomasse o controle da Casa.
A denúncia contra cinco deputados oposicionistas foi apresentada pelo PT. São eles: Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC). O PL apresentou ainda uma representação contra a deputada Camila Jara (PT-MT), que teria empurrado o colega Nikolas Ferreira (PL-MG).
