Vítima de falência múltipla de órgãos, morreu a carnavalesca Maria Augusta Rodrigues nesta sexta-feira, 11, aos 83 anos. A artista estava internada no Hospital São Lucas, em Copacabana, bairro da zona sul do Rio de Janeiro, desde junho e tratava um câncer. Maria veio de uma mesma leva de carnavalescos que revolucionaram o Carnaval carioca, junto com nomes como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Rosa Magalhães.
“Maria Augusta não foi apenas uma artista genial. Ela foi uma revolução inteira. Esteve ao lado de nomes como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Rosa Magalhães no momento mais audacioso e criativo da nossa história. Foi ali, no Salgueiro dos anos 60, que ela ajudou a reinventar o Carnaval. Com inteligência, elegância e ousadia, fez do desfile uma verdadeira aula de brasilidade, beleza e potência cultural”, diz a nota da Acadêmicos do Salgueiro, onde ela começou, por intermédio de Pamplona e Arlindo, seus professores na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ao lado deles, Augusta assinou o desfile Festa Para um Rei Negro, de 1971, que foi campeão e entrou para a história com o samba conhecido pelo refrão “Olelê, olalá/Pega no ganzê/Penga no ganzá”. A artista também teve passagem marcante pela União da Ilha do Governador, onde ajudou a criar a identidade da escola insulana com enredos sobre o cotidiano do carioca. Domingo e O Amanhã foram os mais célebres
A imperatriz Leopoldinense emitiu a seguinte nota: “Carnavalesca pioneira, de enredos memoráveis em escolas coirmãs, Maria Augusta teve papel fundamental para a construção daquela que é a maior manifestação cultural de nosso país”.