Pouco mais de duas semanas antes de autorizar sua prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o desembargador Macário Ramos Judice Neto, do TRF2, compartilhasse com ele “todos os elementos de convicção angariados em todos os procedimentos e processos relacionados à Operação Oricalco”.
Trata-se, até o momento, da única menção conhecida ao nome dessa operação. Judice Neto era o relator, na 1ª Seção Especializada do TRF2, de uma investigação que culminou na prisão preventiva do ex-deputado da Alerj TH Joias, do MDB. Esse processo corria em paralelo à apuração da Polícia Federal.
Havia, portanto, dois mandados de prisão preventiva a ser cumpridos contra TH Joias em 3 de setembro. Naquele dia, a ação que levou o ex-deputado para a cadeia foi deflagrada de forma conjunta pela PF com a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio. O cenário indica que a investigação dos órgãos estaduais era justamente a Operação Oricalco.
Interlocutores do desembargador preso dizem que ele pediu a redistribuição da relatoria do processo no TRF2, mas que, assim que tiver acesso à decisão de Moraes, sua defesa vai apresentar pedido de soltura e demonstrar que ele agiu corretamente à frente da investigação.
Essas fontes apontam que as medidas determinadas por Judice Neto contra TH Joias precisam ser ratificadas para que não percam a validade, ao menos no âmbito do TRF2, e que Moraes deveria “investigar a quem interessa o afastamento do desembargador que determinou prisões no Rio de Janeiro e a criação de versões mentirosas que levaram aos fatos de hoje”.