O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a entrada de pessoas próximas a Jair Bolsonaro na sua casa para a realização de um almoço em comemoração pelos 15 anos de Laura Bolsonaro, filha do ex-presidente. Condenado a 27 anos e três meses de prisão por comandar o projeto golpista que por pouco não jogou o país no caos institucional, Bolsonaro está detido em regime domiciliar desde o início de agosto após ter descumprido ordens do magistrado de não usar redes sociais para reverberar pressões contra o Judiciário.
Neste caso, Moraes determinou que o ex-presidente passasse a usar tornozeleira eletrônica, enquanto o deputado Eduardo Bolsonaro, autoexilado nos Estados Unidos a pretexto de articular sanções ao Brasil contra um suposta ditadura do Judiciário, foi denunciado por coação no curso do processo. A Defensoria Pública deverá apresentar a defesa prévia do parlamentar.
Com o aval de Alexandre de Moraes, poderão visitar Bolsonaro neste sábado, 18, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), seu assessor e pastor Márcio Roberto Trapiá de Oliveira, e Rosimary Cardoso Cordeiro, madrinha da filha de Bolsonaro. Também foram liberados membros do grupo de oração que costuma se reunir na residência do ex-presidente: Aialla Rafaella Pedreira Oliveira, Lysa Evellyn Oliveira de Oliveira, Isa Emanuella Oliveira de Oliveira, Vânia Lúcia Ribeiro Rocha e Rebeca Ribeiro Rocha.
Na decisão, o ministro do Supremo determinou que todas as pessoas autorizadas a visitar Jair Bolsonaro sejam submetidas a vistoria. A medida inclui a inspeção completa dos veículos que entrarem e saírem da residência, abrangendo “os habitáculos e porta-malas”, segundo o despacho do magistrado.
Relembre trajetória de prisão domiciliar de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto de 2025. Desde então, sua rotina tem sido monitorada pela Justiça, com regras que incluem restrições de deslocamento, comunicação supervisionada e visitas previamente autorizadas. Ao longo desses meses, Bolsonaro recebeu apenas visitas familiares e de aliados políticos previamente aprovadas pela Justiça, enquanto se mantém em sua residência no Distrito Federal, aguardando a apresentação de recursos de sua defesa no processo da trama golpista. Mesmo não denunciado no caso das pressões por sanções do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Bolsonaro não foi autorizado por Moraes a deixar a prisão domiciliar ou a retirar a tornozeleira eletrônica.