Preocupada com uma eventual reação imediata do governo Lula à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor um tarifaço aos produtos brasileiros, a Confederação Nacional da Indústria afirmou, em nota, que o momento exige negociação e não retaliação.
Confirmado em um decreto publicado pelo governo norte-americano, o tarifaço causa grande preocupação, compromete cadeias produtivas, reduz a produção, e ameaça empregos, investimentos e contratos de longo prazo, avalia a entidade. Apesar disso, a CNI descarta que o melhor caminho seja o da retaliação e defende que o governo brasileiro se mantenha unido e amplie os canais de diálogo e de negociação com os Estados Unidos.
“A confirmação da aplicação da sobretaxa sobre os produtos brasileiros, ainda que com exceções, penaliza de forma significativa a indústria nacional, com impactos diretos sobre a competitividade. Não há justificativa técnica ou econômica para o aumento das tarifas, mas acreditamos que não é hora de retaliar. Seguimos defendendo a negociação como forma de convencer o governo americano que essa medida é uma relação de perde-perde para os dois países, não apenas para o Brasil”, afirma o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Diante do cenário, a CNI informou que organizará uma missão empresarial aos Estados Unidos para aproximar empresas brasileiras e americanas que mantêm relações comerciais.
Com a iniciativa, a entidade espera promover a sensibilização mútua sobre os impactos negativos do tarifaço e ampliar canais de interlocução, sem interferir diretamente nas negociações governamentais.
“Nosso papel é ser um facilitador e o nosso objetivo é sensibilizar as empresas para que elas sensibilizem o governo. As tarifas também vão afetar a economia americana”, disse Alban.