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Ministério da Saúde confirma 16 casos de intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde confirmou neste domingo, 5, 16 casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica. Há outros 209 possíveis casos, ainda em investigação, que foram notificados no território nacional, segundo informações enviadas pelos estados e consolidadas pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).

Segundo a pasta, há 15 registros de mortes, com dois óbitos confirmados em São Paulo e 13 ainda em investigação (7 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 em PB e 1 no CE).

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Do total de registros, 192 são em São Paulo (14 confirmados e 178 em investigação). Ao todo, são 13 estados com casos notificados — Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Os estados da Bahia e Espírito Santo tiveram os casos registrados descartados.

O cerco às bebidas falsificadas no Brasil ganhou proporções inéditas. Na noite deste sábado 4, o Governo de São Paulo intensificou as fiscalizações em festas universitárias, bares e adegas da capital e do interior, como parte do gabinete de crise criado para conter a contaminação por metanol, substância altamente tóxica e usada ilegalmente na adulteração de bebidas alcoólicas. Desde a última segunda-feira 29, mais de 7 mil garrafas foram apreendidas apenas no estado — número que se soma a outras 50 mil recolhidas ao longo do ano.

A operação também resultou em 41 prisões desde o início de 2025, sendo 19 somente na última semana, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública. Em um dos locais vistoriados pela polícia, foram encontrados produtos adulterados associados à morte de um consumidor.

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Antídoto em ação

Diante do avanço dos casos, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição emergencial de etanol farmacêutico, principal antídoto usado em hospitais para tratar a intoxicação por metanol. A primeira remessa, com 580 ampolas, foi enviada neste sábado a cinco estados: Pernambuco (240), Paraná (100), Bahia (90), Distrito Federal (90) e Mato Grosso do Sul (60).

A ação faz parte de uma mobilização nacional que envolve secretarias estaduais e municipais de saúde, hospitais universitários e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o governo também adquiriu 12 mil novas unidades de etanol farmacêutico e 2,5 mil de fomepizol, outro medicamento indicado no tratamento da intoxicação. “Estamos atuando em tempo real, garantindo que os antídotos cheguem aos pacientes e que os protocolos de atendimento sejam seguidos em todo o país”, afirmou o ministro.

Para acelerar os diagnósticos, a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA) mobilizou três centros com capacidade imediata de análise — o Lacen-DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).

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A Anvisa entrou em campo, mapeando 604 farmácias de manipulação aptas a produzir etanol farmacêutico, garantindo cobertura em todas as capitais para novas emergências. Já o fornecimento de fomepizol, ainda dependente de importação, deve ser reforçado com o apoio de sete laboratórios internacionais identificados com capacidade de entrega.

Enquanto o governo intensifica a repressão e o socorro médico, especialistas alertam: o risco maior está nas bebidas vendidas sem procedência clara e nas festas informais, onde o controle é praticamente inexistente. Em tempos de alerta nacional, a recomendação é simples — e pode salvar vidas: nunca beba o que você não conhece.

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