Uma série de nomes familiares da política apareceram no ranking de popularidade mundial de julho, divulgado pela empresa de pesquisa de opinião americana Morning Consult Pro. Na liderança, está o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que conquistou 75% de aprovação. Ele é seguido pelo recém-eleito presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung (59%), e pelo controverso líder da Argentina, Javier Milei (57%), que comandou um amplo corte de gastos (e de direitos) em Buenos Aires — atraindo, na época, multidões às ruas.
O top 5 é completado pelo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (56%), no cargo desde março, e pelo premiê da Austrália, Anthony Albanese (54%), reeleito em maio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, aparece em 18º lugar, com 32%, bem atrás do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 8º, com 44%. Veja abaixo os 10 primeiros colocados.
- Narendra Modi (Índia)
- Lee Jae-myung (Coreia do Sul)
- Javier Milei (Argentina)
- Mark Carney (Canadá)
- Anthony Albanese (Austrália)
- Claudia Sheinbaum (México)
- Karin Keller-Sutter (Suíça)
- Donald Trump (EUA)
- Giorgia Meloni (Itália)
- Cyrill Ramaphosa (África do Sul)
Para além do ranking, Lula e Trump têm vivenciado uma queda de braço: de um lado, o americano anunciou taxas de 50% contra o Brasil devido à suposta “caça as bruxas” do governo Lula e do Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro; do outro, o petista destaca o princípio da soberania e se recusa a recuar para agradar às vontades do republicano.
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Boas perspectivas para Lula
A queda de braço pode funcionar como um tiro no próprio pé para Trump, que tenta fortalecer o aliado, Bolsonaro, no tarifaço a Lula. Uma análise do jornal americano The New York Times apontou que as taxas americanas tiveram um efeito “inesperado”: reacenderam o apoio ao petista, dando a Lula a narrativa de que não irá “ceder a um valentão”.
A reportagem comparou o cenário eleitoral no Brasil ao testemunhado nos EUA no ano passado: “A corrida presidencial do Brasil no ano que vem estava se configurando para ser algo que os americanos poderiam achar familiar: um titular envelhecido com popularidade decrescente, atrás de um populista descarado que alegou que a última eleição havia sido roubada dele”, disse o texto. “Então entrou o presidente Trump.”
O NYT afirmou que a ameaça de Trump como tentativa de “salvar seu aliado”, em referência a Bolsonaro, acabou por reorganizar “o cenário político do Brasil”. A postura combativa do presidente brasileiro, que se recusa a ceder à pressão do republicano, “está sendo elogiada na imprensa, viralizando online e renovando a esperança de que o Sr. Lula possa conquistar um quarto mandato no ano que vem, dias antes de completar 80 anos”, de acordo com o veículo.
“Eles têm motivos para estar otimistas: dias após as ameaças tarifárias de Trump, os índices de aprovação de Lula atingiram o nível mais alto em meses. Novas pesquisas mostraram que 43% a 50% dos brasileiros aprovaram seu desempenho, um aumento de três a cinco pontos percentuais desde maio”, destacou o The New York Times.