Durante o mandato de Jair Bolsonaro, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro traçou alguns planos para seu futuro profissional. Um deles previa concluir a faculdade de Letras, com ênfase em Libras, e virar professora da linguagem de sinais para pessoas com deficiência auditiva. Michelle até começou o curso, mas acabou abandonando as aulas em meio à intensa polarização política.
Com o ex-presidente inelegível e à beira de uma condenação, Michelle começa a avaliar novas possibilidades e passou a ser considerada uma importante peça no xadrez político. Diferentes institutos de pesquisa colocam a ex-primeira-dama com potencial para herdar o espólio o marido e brigar nas urnas pela Presidência da República. Conforme mostra reportagem de VEJA desta edição, Michelle é apontada como o principal nome do clã bolsonarista para o Planalto e também já é trabalhada como uma presidenciável por partidos do Centrão, que também buscam um lugar ao sol na chapa de 2026.
A reportagem perguntou à ex-primeira-dama se, caso fosse um pedido de Jair Bolsonaro, ela seria candidata ao Palácio do Planalto. Por meio de nota, Michelle afirmou que a sua vida, o seu presente e o seu futuro estão sempre nas mãos de Deus. “Se for da vontade d´Ele, todas as coisas contribuirão para essa eventual missão, inclusive um pedido do Jair. Se não for, não acontecerá”, afirmou. “Tudo está no controle de Deus e eu creio que tudo concorre para o bem de todos que O amam”, acrescentou.
Pesquisas ‘mostram força de Bolsonaro’
Pesquisa da Atlas/Bloomberg apontou a ex-primeira-dama tecnicamente empatada com o presidente Lula num eventual segundo turno. A Quaest dá a vitória ao atual mandatário, enquanto Michelle marca 34% das intenções de voto. Já a Paraná Pesquisas, instituto contratado pelo PL para fazer suas avaliações internas, coloca a ex-primeira-dama ligeiramente à frente do petista.
O resultado chama atenção principalmente pelo fato de Michelle nunca ter sido candidata ou exercido qualquer cargo público – seu desempenho é similar ao de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e também cotado a disputar a Presidência.
Para Michelle, os números “servem para confirmar a força do nome de Bolsonaro no cenário nacional”. “Ele é um líder imbatível na próxima eleição e é por isso que o sistema o persegue com tanto ódio”, disse. Ela pondera, por outro lado, que as pesquisas, ao menos por enquanto, não alteram a sua vida profissional ou suas decisões de curto prazo.
“No momento propício elas poderão ser apreciadas e avaliadas com mais atenção. Por enquanto, minha atenção está voltada para a superação do momento difícil que a minha família está enfrentando por causa da perseguição e das injustiças praticadas contra o meu marido e contra milhares de brasileiros inocentes”, afirmou Michelle Bolsonaro.
A entrada das mulheres na política
Michelle Bolsonaro também comentou sobre o acesso das mulheres à política. Presidente do PL Mulher, ela disse que a participação feminina sempre será mais difícil por causa do preconceito. “Nós utilizamos os nossos dons para fazer uma política melhor, mais humana e mais solidária. A empatia é parte importante do nosso ser”, afirmou.
Evangélica, a ex-primeira-dama também disse que a religião a ajuda a ter paciência e força necessárias para superar as dificuldades. “Creio que a mulher espiritualizada, que tem uma conexão profunda com Deus, consegue enfrentar melhor todas as situações. Ser seguidora de Jesus não me atrapalha, ao contrário, me ajuda a vencer todos os desafios e dificuldades”, afirmou.