O Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira, 18, em um dia marcado por forte aversão ao risco nos mercados globais. O principal índice da B3 recua para a faixa dos 138 mil pontos, pressionado pela escalada das tensões no Oriente Médio, após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerindo possível envolvimento direto no conflito entre Israel e Irã, e pelas incertezas que cercam a chamada “Superquarta”, quando Brasil e Estados Unidos anunciam decisões de política monetária.
Nos EUA, a expectativa majoritária é de manutenção das taxas de juros no intervalo atual de 4,25% a 4,5%, mas os investidores estarão atentos às sinalizações do Federal Reserve sobre o timing para eventuais cortes. No Brasil, o cenário é mais dividido. Parte do mercado aposta na estabilidade da taxa Selic, atualmente em 14,75% ao ano, enquanto outra parcela acredita na possibilidade de alta de 0,25 ponto percentual, levando os juros básicos a 15%. A leitura do comunicado que acompanha a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será decisiva para balizar as expectativas futuras.
As incertezas fiscais, que forçaram o governo a recuar do aumento do IOF e a propor medidas compensatórias, como a elevação de impostos sobre investimentos, somadas à escalada dos conflitos no Oriente Médio, intensificaram os temores inflacionários e adicionaram novos desafios à deliberação do Copom nesta quarta-feira.
Apesar do ambiente mais cauteloso nos mercados, o dólar mantém trajetória de queda. A moeda americana era negociada a R$ 5,48 por volta do meio dia, movimento atribuído, em parte, à expectativa de manutenção dos juros nos EUA e à entrada de fluxo estrangeiro no mercado local.