Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação mostram que o mercado de apostas movimentou mais de 30 bilhões de reais em arrecadação federal entre janeiro, quando a regulamentação entrou em vigor, e setembro deste ano. Do total, 27,7 bilhões de reais correspondem ao GGR, o Gross Gaming Revenue, que o resultado do faturamento com as apostas menos os prêmios pagos aos vencedores e o Imposto de Renda devido por essas premiações. Outros 3,32 bilhões de reais vieram de impostos.
Os recursos foram destinados principalmente à área de Esporte, que recebeu 1,2 bilhão de reais, seguido por Turismo, Segurança Pública, Seguridade Social e Educação. No período, o Brasil contabilizou 25 milhões de apostadores ativos, o equivalente a 12% da população. Do total, 68% são homens e 32% mulheres.
Segundo o setor, o avanço da arrecadação está diretamente ligado à regulamentação. “O montante ressalta a relevância do combate ao mercado ilegal, que pode até dobrar essa arrecadação e trazer jogadores para um ambiente seguro”, afirma Marcos Sabiá, CEO da Galerabet.
Além da arrecadação bilionária em impostos, o setor vem gerando milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando tecnologia, serviços e marketing, e também apoiando o esporte e atrações culturais, diz Rodolfo Maia, sócio-diretor da Start Bet. “Cada vez mais clubes e eventos conseguem se sustentar e investir graças às parcerias com as bets. Isso mostra que a contribuição da nossa indústria vai muito além da tributação: ela fortalece e impulsiona a economia como um todo”, diz.
Mercado ilegal de bets é gigante
Apesar do crescimento, estudos apontam que o país ainda perde cerca de 10,8 bilhões de reais por ano com apostas ilegais. Pesquisa da LCA Consultores indica que 61% dos entrevistados já apostaram em plataformas irregulares em 2025, enquanto 78% dizem ter dificuldade para distinguir sites legais dos ilegais.
Para especialistas, o fortalecimento do mercado regulado depende do bloqueio das operações clandestinas, inclusive pelos meios de pagamento. “O combate às operações ilegais é essencial para a consolidação de um mercado regulado e confiável no Brasil”, afirma Talita Lacerda, diretora executiva de operações do Grupo Ana Gaming.