Uma menina de 10 anos e um sobrevivente do Holocausto estão entre as 15 vítimas do ataque a tiros na praia de Bondi, na Austrália, neste domingo, 14. Pai e filho, identificados como Sajid Akram e Naveed Akram, respectivamente, foram baleados pela polícia. O primeiro foi morto, ao passo que o segundo está em estado grave em um hospital. Trata-se do pior massacre a tiros em 30 anos no país, o que levou o governo federal a reexaminar as leis de armas australianas.
Matilda, de 10 anos, foi atingida pelos disparos e não resistiu. Ela, cujo sobrenome foi omitido a pedido dos pais, é a vítima mais jovem do massacre. Irina Goodhew, professora de línguas da menina, criou uma vaquinha online para auxiliar a família enlutada. Matilda foi descrita por ela como “uma alma brilhante e amorosa que nos ensinou que a verdadeira bondade se encontra no amor e na compaixão que compartilhamos”.
“Sua memória nos lembra de carregar a bondade em nossos corações e espalhá-la pelo mundo. Que a luz de seus olhos continue a viver através de nós — em nossas ações, nossas palavras e nosso amor uns pelos outros”, escreveu Goodhew.
Alex Kleytman, de 87 anos, havia se mudado da Ucrânia para a Austrália. Ele morreu protegendo a esposa, Larisa Kleytman, ambos sobreviventes do “terror indescritível” do Holocausto ainda crianças, de acordo com a organização JewishCare de 2023. Em entrevista ao jornal The Australian, ela relembrou os momentos de terror: “Estávamos de pé e, de repente, veio o ‘bum bum’, e todos caíram”.
“Nesse momento, ele estava atrás de mim e, em certo instante, decidiu se aproximar. Ele se impulsionou para cima porque queria ficar perto de mim”, acrescentou ela.
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O que se sabe sobre o ataque?
Pai e filho teriam atirado contra centenas de pessoas no festival de Hanukkah, celebração judaica, durante cerca de 10 minutos. Além das vítimas fatais, ao menos 25 pessoas ficaram feridas e recebem atendimento médico em hospitais em Sydney. A polícia também encontrou um veículo, registrado em nome do jovem, com artefatos explosivos improvisados e duas bandeiras caseiras associadas ao Estado Islâmico.
Sajid foi desarmado em um ato nobre e corajoso do civil Ahmed al Ahmed, um muçulmano de 43 anos e pai de dois filhos. Ele foi reconhecido como herói mundo afora, incluindo por líderes internacionais, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Uma vaquinha online para Ahmed arrecadou mais de A$ 1,9 milhão (mais de R$ 6,8 milhões).