Autor do pedido de criação da CPI do Crime Organizado, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou ao Radar que havia muitos colegas na Casa com “medo” de participar de uma comissão parlamentar que vai investigar a expansão do domínio territorial e do arsenal das facções do tráfico de drogas e milícias.
Presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) fez a leitura do requerimento de Vieira junto com o da criação da CPMI do INSS, em 17 de junho, mas só a última está em funcionamento – foi instalada em 20 de agosto, há mais de dois meses.
Depois da megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão no início da semana, Alcolumbre anunciou que a comissão sobre o crime organizado será instalada na próxima terça-feira.
O receio de entrar em evidência tratando de uma investigação sobre facções e milícias fez com que os líderes do Senado tivessem dificuldade para encontrar colegas de bancada dispostos a ser indicados para compor a CPI, disse o potencial relator.
Ainda está em aberto quem será presidente da comissão. Vieira considera “natural” que o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula apresentem candidatos para o posto de comando.
“Quem for conduzir os trabalhos (é) fundamental para manter a qualidade e estabilidade da CPI. Não é para fazer bandeira política baixa. A CPI não pode ser eleitoreira nem muito menos servir a briguinha entre oposição e governo”, declarou o senador do MDB.
Com instalação prevista para a próxima terça-feira, a comissão de inquérito sobre a atuação das facções e milícias tem, até o momento, os seguintes integrantes:
Titulares
- Alessandro Vieira (MDB-SE);
- Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
- Jaques Wagner (PT-BA);
- Jorge Kajuru (PSB-GO);
- Magno Malta (PL-ES);
- Marcos do Val (Podemos-ES) – o senador está de licença e deve ser substituído;
- Nelsinho Trad (PSD-GO);
- Otto Alencar (PSD-BA);
- Rogério Carvalho (PT-SE);
- Sergio Moro (União Brasil-PR).
Suplentes
- Eduardo Girão (Novo-CE);
- Fabiano Contarato (PT-ES);
- Marcio Bittar (PL-AC);
- Zenaide Maia (PSD-RN).