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Mea culpa e críticas a Trump: como foi o retorno de Jimmy Kimmel à TV

O programa de Jimmy Kimmel voltou ao ar na ABC nesta terça-feira, 23, uma semana depois de ser suspenso em meio à pressão do governo e de investidores depois de um comentário controverso do apresentador sobre o assassino de Charlie Kirk e críticas ao uso político do crime. Em seu retorno, Kimmel disse que nunca foi sua intenção “menosprezar o assassinato de um jovem” e apontar culpados, mas bateu de frente com Donald Trump, destacando seus ataques recentes à imprensa e a importância da liberdade de expressão.

No tradicional monólogo inicial, Kimmel introduziu sua fala atestando que nada do que ele dissesse faria muita diferença. “Eu não tenho a ilusão de mudar a opinião de ninguém. Mas eu quero deixar algo claro porque é importante para mim como ser humano que vocês entendam que nunca foi a minha intenção de fazer piada sobre o assassinato de um jovem”, afirmou ele, fazendo uma espécie de mea culpa ao afirmar que entende que os seus comentários tenham soado de maneira “inoportuna ou pouco clara, ou talvez ambos” para parte do público.

Na declaração que tirou o programa do ar, Kimmel afirmou que “a galera do MAGA” estava fazendo de tudo para afastar o atirador de Kirk deles mesmo e “tirando proveito político” do crime. Ao relembrar a fala, Kimmel disse entender porque algumas pessoas ficaram chateadas, mas afirmou que sua intenção não foi apontar dedos. “Eu não acho que o assassino do Charlie Kirk representa alguém. Ele é uma pessoa doente que acredita que violência é uma solução. E nunca é”, atestou o apresentador.

O que Jimmy Kimmel disse sobre Trump?

Apesar do esclarecimento, Kimmel não abaixou a cabeça para Trump. Durante uma passagem do programa, ele citou ataques recentes do presidente americano à imprensa, incluindo ameaças de suspensão de licença a emissoras críticas ao seu governo e a obrigação da submissão de reportagens para aprovação prévia do pentágono. “Sei que não é tão interessante quanto amordaçar um comediante, mas é muito importante ter uma imprensa livre, e é uma loucura não estarmos prestando mais atenção a isso”, disse Kimmel, atestando ainda que “é importante viver em um país em que esse programa pode existir”.

Ao exibir imagens de Trump zombando de sua audiência, o apresentador disse ainda que o presidente americano “fez de tudo” para que ele fosse cancelado, mas que o resultado não saiu como o esperado. “Em vez disso, forçou milhões de pessoas a assistirem ao programa. O tiro saiu pela culatra. Talvez ele tenha que divulgar os arquivos de Epstein para nos distrair disso agora”, disse ele sobre a atenção obtida pelo retorno do programa, acrescentando ainda que “uma ameaça do governo de silenciar um comediante de quem o presidente não gosta é uma atitude antiamericana”.

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Por que o programa de Jimmy Kimmel foi tirado do ar?

A suspensão do programa ocorreu após pressão do governo Trump, através da Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FCC), assim como das empresas de transmissão Sinclair e Nexstar, cujos líderes desaprovaram de comentário de Kimmel que sugeria que o assassino de Charlie Kirk fosse devoto ao movimento trumpista e que o presidente não tivesse sido abalado pelo crime. A decisão final de tirar o Jimmy Kimmel Live! do ar partiu do CEO da Disney Bob Iger e da copresidente da divisão Disney Entertainment, Dana Walden.

Em resposta, protestos diversos ocuparam as fachadas de escritórios da Disney e muitos clientes cancelaram suas assinaturas do streaming Disney+. Além disso, 400 celebridades de Hollywood assinaram carta aberta que rechaçava a suspensão como forma de censura e comparava a gestão atual do país ao macarthismo dos anos 1950, patrulha que silenciava qualquer expressão pública considerada comunista.

Quem é o acusado de matar Charlie Kirk?

Preso no dia 12 de setembro, depois de uma caçada de 33 horas, Tyler Robinson é o principal suspeito do crime. Em uma coletiva de imprensa na última sexta-feira, o FBI se recusou a discutir o passado de Robinson, suas inclinações políticas ou um possível motivo, afirmando que a investigação estava em andamento. Moradores de Utah, os pais do acusado são registrados como Republicanos, enquanto ele aparece como apartidário.

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Apesar disso, um familiar relatou à investigação que Robinson havia se tornado “mais político” nos últimos anos, e comentado sobre o evento de Kirk. O procurador Jeff Gray também afirmou que a mãe do acusado informou que ele teria “se inclinado mais para a esquerda”, “tornando-se mais pró-gays e direitos trans”. Ainda segundo a procuradoria, Robinson também teria dito estar “cansado do ódio de Kirk”.

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