A líder da oposição venezuelana María Corina Machado sofreu uma fratura na coluna ao deixar a Venezuela para receber o Nobel da Paz em Oslo, segundo o jornal norueguês Aftenposten.
Machado, 58 anos, chegou a Oslo na última quarta-feira, após sua filha ter recebido o prêmio em seu lugar devido a atrasos provocados por mau tempo. A viagem incluiu um trajeto de cinco horas de barco, que contribuiu para os ferimentos, de acordo com o veículo norueguês.
Ao chegar à Noruega, Machado foi avaliada no Hospital Universitário Ullevål, onde os médicos identificaram múltiplos ferimentos, incluindo a fratura em uma vértebra da coluna.
A extensão dos danos levou a líder oposicionista a prolongar sua estadia no país enquanto aguarda recomendações médicas sobre o tratamento. Ainda não se sabe onde ela será atendida nem por quanto tempo permanecerá na Noruega.
A lesão não mudou os planos de Machado de retornar à Venezuela. Segundo Aftenposten, sua equipe confirmou o ferimento, mas não forneceu mais detalhes à imprensa.
Machado está em situação de risco desde agosto de 2024, quando passou a se esconder por temer pela própria vida. Naquele ano, seu movimento apresentou evidências de que o candidato que representava, Edmundo González, havia vencido a eleição presidencial de forma expressiva, mas Nicolás Maduro se declarou vencedor e intensificou a repressão a opositores.
González fugiu para a Espanha, enquanto Machado permaneceu escondida, surgindo apenas em algumas manifestações públicas. Em janeiro deste ano, ela chegou a ser brevemente detida por forças de Maduro e sofreu uma fratura em uma costela.
Nos últimos meses, o governo venezuelano enfrentou forte pressão dos Estados Unidos. Tropas, navios de guerra e um porta-aviões foram enviados ao Caribe, com ataques a embarcações de tráfico de drogas que teriam causado mais de 80 mortes.
Na semana passada, Washington aumentou a tensão ao apreender um petroleiro venezuelano sancionado.