Aos 73 anos, Marcos Caruso é um dos atores mais produtivos da televisão brasileira nas últimas duas décadas. Se não está na TV, está no teatro. Agora mesmo, desde que acabou a novela Elas por Elas, ano passado na TV Globo, engatou turnê com a peça Intimidade Indecente, que já vinha encenando entre Rio e São Paulo. Com Eliane Giardini, com quem contracenou em Avenida Brasil, de 2013, Caruso dá vida a um casal que, por volta dos 60 anos, resolveu rever a relação. Após quatro longos casamentos com mulheres e agora casado pela primeira vez com um homem, o técnico de enfermagem Marcos Paiva, com quem está junto desde 2018, o ator é o convidado do programa semanal da coluna GENTE (disponível no canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus e também na versão podcast no Spotify). Na gravação realizada na prestigiada escola de gastronomia francesa Le Cordon Blue, no Rio, ele fala sobre relação a dois, palpita a respeito da atual crise de audiência na TV aberta e relata um curioso preconceito sofrido por ser calvo. Assista.
ACASALAMENTO. “Nunca casei verdadeiramente. Tive vários casamentos sem nunca ter casado, assinado papel. E todos deram certo. Mas como, se teve quatro? Sim, os quatro enquanto estavam, duraram muito; e agora estou no quinto e está durando muito tempo. Estou feliz, sem precisar assinar nada. Acho que casamento é acasalamento. É jogar aquele jogo, dois com dois, cinco com cinco. Não deu par, tem que dar um jeito para chegar no quatro e meio”.
ATORES VELHOS NA TV. “Não adianta dizer que faltam atores maduros se você não tem papel para eles. Esses papéis precisam ser escritos para os atores mais velhos. O autor tem que escrever um papel para uma atriz ou ator, pensando num personagem de 60, 70 anos. Primeiro lugar é isso. Não é que a Globo, a Record, alguma emissora não coloca. Não. Os autores daquelas emissoras acabam por não escrever esses personagens”. (…) Cadê a fidelização para esse público mais velho? Tem gente que vejo que fala assim (quando vê TV): ‘não conheço ninguém’. Isso desestimula a pessoa que era fiel ao veículo, ao horário, à novela. Era fiel porque conhecia os atores e dizia: ‘oba, agora vai ter uma novela com o fulano de tal’”.
CHEGANDO TARDE NA TV GLOBO. “Entrei para a Globo com 50 anos. Antes tinha feito uma novela no SBT e na Band e uma na Manchete. Comecei tarde. Quando entrei na Globo, comecei a fazer muitas novelas seguidas, já tinha uma vivência de 30 anos no teatro. Como ator, como autor. Nunca tentei TV”.
OUTRAS EMISSORAS. “Já tinha escrito uma novela na Manchete, Ana Raio e Zé Trovão, já tinha escrito uma novela na Bandeirantes, já tinha dirigido a Dercy Gonçalves no SBT. Sem saber dirigir televisão, sem saber escrever novela. Sou muito metido, me meto em tudo. E aí quando a Globo chamou, fui fazer uma participação. Era um capítulo em Presença de Anitta. E falaram assim para mim: ‘não entra na Globo assim, não aceita’. E por que não? É o Manoel Carlos, o Ricardo Waddington, um elenco maravilhoso, vou ser amigo do Zé Mayer. Quer coisa melhor?”.
SERVIÇO: Intimidade Indecente – Teatro Renaissance (Al. Santos, 2233, Jardim Paulista/ SP, Tel: 11 3069-2286). 6ªf, às 21h; sab, às 19h; dom às 17h / R$150 e R$75 (meia) / 90 min / Até 28 de setembro.
Agradecimento: Le Cordon Blue (lecordonbleubrasil) / Captação de imagens: Sem Casca Comunicação (@instasemcasca)/ Sobre o programa semanal da coluna GENTE. Quando: vai ao ar toda segunda-feira. Onde assistir: No canal da VEJA no Youtube, no streaming VEJA+, na TV Samsung Plus ou no canal VEJA GENTE no Spotify, na versão podcast.