A usina nuclear de Gravelines, no norte da França, teve suas atividades paralisadas nesta segunda-feira, 11, devido à presença “massiva e imprevisível” de um enxame de águas-vivas em seu sistema de resfriamento. As informações foram compartilhadas pela empresa de energia EDF, administradora da instalação.
Quatro reatores de Gravelines foram afetados devido à presença dos animais nos filtros das estações de bombeamento destinadas a controlar a temperatura dos reatores da maior usina nuclear da Europa Ocidental, que conta com seis reatores de 900 megawatts cada para produzir energia.
As unidades 2, 3 e 4 foram paralisadas entre as 23h e a meia-noite de domingo 10 (entre 18h e 19h no horário de Brasília), enquanto o reator 6 só ficou inoperante às 6h20 desta segunda-feira. Os dois reatores restantes já estavam fora de serviço devido a uma manutenção, fazendo com que as atividades da usina fossem completamente interrompidas.
Em nota publicada em seu site oficial, a EDF afirmou que a paralisação dos reatores não teve qualquer consequência na segurança das instalações, do meio ambiente ou dos trabalhadores na estação. “As equipes da central estão mobilizadas e atualmente realizam os diagnósticos e intervenções necessários para poder reiniciar as unidades de produção com total segurança”, declarou a empresa.
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Segundo um porta-voz da EDF entrevistado pela agência de notícias AFP, o retorno das atividades deve acontecer na quinta-feira, 14. Ele também garantiu que os incidentes em Gravelines não causarão escassez devido à operação de outras fontes de energia no país.
A usina é resfriada por um canal conectado ao Mar do Norte. Nos últimos anos, as águas ao redor da instalação têm visto um aumento no número de águas-vivas devido ao aquecimento da temperatura do mar.
“As medusas se reproduzem mais rápido quando a água está mais quente e, como áreas como o Mar do Norte estão se tornando mais quentes, a janela reprodutiva está ficando cada vez maior”, disse o consultor de biologia marinha da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA, Derek Wright, em entrevista à agência de notícias Reuters.