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Máfia do ISS: Ex-auditor fiscal que forjou sua morte é preso na Bahia com identidade falsa

Condenado a dezoito anos de prisão por participação na chamada “máfia do ISS” na Prefeitura de São Paulo, o ex-auditor-fiscal Arnaldo Augusto Pereira foi preso nesta quarta-feira, 15, em Mucuri, extremo sul da Bahia. De acordo com informações das autoridades envolvidas na busca pelo condenado, o trabalho de inteligência identificou Pereira morando no município de 40 mil habitantes com identidade falsa depois de ter forjado a própria morte para escapar do cumprimento da pena — inicialmente em regime fechado.

Com a fraude no documento de óbito, segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Pereira conseguiu extinção de sua punibilidade nos processos em andamento, inclusive junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Documentos e levantamentos juntados ao procedimento apontaram que, embora constasse certidão de óbito com data de 10 de julho de 2025, elementos contraditórios, sustentem a prática de fraude documentária e ocultação de identidade”, diz trecho da nota enviada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

De acordo com os promotores paulistas Roberto Bodini e Felipe Bertolli, as penas acumuladas contra Pereira passam de 45 anos por conta de sua participação decisiva na Máfia do ISS, que desviou recursos da prefeitura paulistana entre 2007 e 2013, ano em que o MP-SP deflagrou uma operação para debelar o esquema. 

Criminoso foi monitorado até em igreja

O trabalho de localização envolveu a checagem de endereços indicados — inclusive residências vinculadas à esposa do preso — monitoramento de locais por ele frequentados (como comunidade e paróquia), análise de sinais que indicavam a possível utilização de identidade falsa e o cruzamento de informações com bases policiais estaduais e federais.

Atuação da Máfia do ISS 

As investigações, feitas em conjunto pelo MP-SP e a Controladoria-Geral do Município, apuraram que o grupo criminoso cobrou propina de praticamente todos os empreendimentos imobiliários de padrão entre médio e alto lançados na capital paulista entre 2009 e 2011. Auditores fiscais, hoje exonerados, ofereciam às empresas a possibilidade de pagar menos Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), embolsando boa parte dos valores devidos. Em determinados casos, apenas 10% do valor pago foram direcionados aos cofres públicos.

Um dos envolvidos no esquema foi o empresário Marco Aurélio Garcia, conhecido como Lelo, condenado por lavagem de dinheiro. Ele é irmão do ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia (ex-PSDB). Em primeira instância, ele foi condenado a dez anos de prisão. Entre recursos, o Supremo Tribunal Federal (STF) diminuiu a pena para quatro anos, o que permitiu cumprimento de pena alternativa, como trabalho comunitário em Porto Feliz, interior paulista.

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