O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, descumpriu o ultimato dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para deixar o país, segundo a agência Reuters. O prazo teria se encerrado na última sexta-feira, 28. No dia seguinte, pela manhã, Trump afirmou na sua rede Truth Social que as companhias aéreas deveriam considerar o espaço aéreo da Venezuela “completamente fechado”.
O ultimato teria sido dado por Trump durante uma ligação telefônica com Maduro em 21 de novembro. O republicano confirmou que a conversa aconteceu, mas não deu detalhes sobre ela, sem informar o teor do que foi discutido entre os líderes.
De acordo com a Reuters, Trump recusou uma série de pedidos de Maduro durante a chamada. O venezuelano disse que estaria disposto a deixar a Venezuela, desde que ele e seus familiares recebessem anistia, os EUA removessem sanções e o processo contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI) fosse encerrado.
Maduro também teria pedido a derrubada de sanções para mais de 100 funcionários do governo venezuelano e que a vice-presidente, Delcy Rodríguez, comandasse um governo interino antes de novas eleições.
Segundo a Reuters, Trump rejeitou a maioria dos pedido de Maduro e disse que ele teria uma semana para deixar a Venezuela com destino à sua escolha, junto de seus familiares. O prazo teria se encerrado na sexta-feira passada.
Espaço aéreo
No sábado, o presidente dos EUA emitiu uma orientação na Truth Social, rede social da qual é dono, para que “todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, considerem o FECHAMENTO TOTAL DO ESPAÇO AÉREO SOBRE E AO REDOR DA VENEZUELA”. O alerta ocorreu poucos dias após a Venezuela revogar os direitos de operação de seis grandes companhias aéreas internacionais por não terem cumprido o prazo de 48 horas para retomarem os voos no país.
A decisão das empresas de não sobrevoar o território venezuelano segue uma orientação da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, emitida na semana anterior, para que os aviões evitassem a rota devido ao “agravamento da situação de segurança e ao aumento da atividade militar dentro e nos arredores” do país caribenho.
Tensão no Caribe
No final de outubro, o líder americano revelou que havia autorizado a CIA a conduzir operações secretas dentro da Venezuela, aumentando as especulações em Caracas de que Washington quer derrubar Maduro. Fontes próximas à Casa Branca afirmam que o Pentágono apresentou a Trump diferentes opções, incluindo ataques a instalações militares venezuelanas — como pistas de pouso — sob a justificativa de vínculos entre setores das Forças Armadas e o narcotráfico.
Há poucas semanas, militares americanos de alto escalão apresentaram opções de operações contra Caracas a Trump. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, e outros oficiais entregaram planos atualizados, que incluíam ataques por terra. Segundo a emissora CBS News, a comunidade de Inteligência dos EUA contribuiu com o fornecimento de informações para as possíveis ofensivas na Venezuela, que variam em intensidade.