counter Lula x Bolsonaro: quem entregou melhores números na gestão das estatais? – Forsething

Lula x Bolsonaro: quem entregou melhores números na gestão das estatais?

A gestão das empresas estatais federais sob os governos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atual mandatário, segue filosofias bastante distintas — que se refletem nos resultados financeiros. Uma das primeiras ações do petista logo após sua posse, em janeiro de 2023, foi determinar a retirada de sete empresas do Programa Nacional de Desestatização (PND), entre elas os Correios — que hoje vivem a pior situação financeira da sua história — e a fracassada Ceitec, criada para produzir semicondutores. Bolsonaro, ao contrário, levantou a bandeira das privatizações, tendo incluído a empresa de serviços postais no PND em 2021. Desde a troca de comando no Palácio do Planalto, há mais de dois anos e meio, as estatais turbinaram investimentos e voltaram a expandir seu quadro de funcionários, mas também observaram uma piora colossal do seu resultado líquido.

Nos dois primeiros anos do mandato de Lula, entre o final de 2022 e 2024, o resultado líquido das estatais federais despencou quase 60%, segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Apesar de seguir em patamar positivo, a cifra foi de 275 bilhões de reais para 116 bilhões de reais no período. O governo federal argumenta que a piora no dado contábil não consiste em um prejuízo, mas é produto da retomada de investimentos. O movimento foi oposto no acumulado dos quatro anos de governo Bolsonaro. Entre o final de 2018 e 2022, o resultado financeiro positivo das estatais disparou em 485%.

Excluindo a Petrobras e os bancos públicos da conta, a situação das estatais se mostra muito mais preocupante, com um resultado contábil negativo de bilhões de reais. Entre janeiro de 2023 e agosto de 2025, portanto nos primeiros dois anos e sete meses do governo Lula, as estatais remanescentes apresentaram um rombo histórico de 18,5 bilhões de reais, segundo dados do Banco Central. O principal responsável pelo resultado são os Correios. Conforme as finanças da empresa postal se deterioram, o dado agregado segue na mesma toada. A empresa teve um prejuízo de 4,4 bilhões de reais apenas no primeiro semestre deste ano, número maior que o rombo de 2,6 bilhões de reais referente a todo o ano de 2024. Os Correios são, cada vez mais, a grande mancha na gestão das estatais sob o governo Lula.

No plano do gasto e considerando todas as estatais, a visão estatista do governo federal segue evidente. O gasto das estatais com pessoal, após ficar praticamente estagnado por anos, cresceu em ritmo acelerado. Mais de 147 bilhões de reais foram utilizados para bancar o quadro de funcionários em 2024. O montante é 27% maior que o gasto no último ano da gestão anterior.

O quadro de funcionários das estatais foi enxugado durante os quatro anos em que Bolsonaro foi presidente. O contingente era de quase 500 mil pessoal quando o político de direita assumiu seu mandato, mas caiu para 434 mil pessoas ao final de 2022 — uma diminuição superior a 13%. Já na primeira metade do governo Lula, as estatais voltaram a contratar, chegando a 442 mil servidores no ano passado.

Continua após a publicidade

Algumas das principais estatais do país, como Petrobras, Banco do Brasil e Correios, foram concebidas para ficar de pé com as próprias pernas, sem precisar da ajuda do governo. São as empresas não dependentes do Tesouro Nacional. No caso dos Correios, essa vocação independente não se sustenta mais, uma vez que a companhia corre atrás de um empréstimo de 20 bilhões de reais com garantia do Tesouro para não quebrar.

Outras firmas já pressupõem uma drenagem de recursos do Estado, como é o caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), por exemplo — as chamadas empresas dependentes. O dinheiro público direcionado para custear as operações e os investimentos das estatais dependentes aumenta a cada ano mesmo antes do governo Lula. Foi em 2024, contudo, que a escalada foi mais veloz. O aumento no ano foi de 13%, atingindo 27 bilhões de reais em aportes diretos do Tesouro Nacional. A cifra foi de 22 bilhões de reais no último ano da gestão anterior, tendo crescido quase 23% na primeira metade do governo Lula.

Publicidade

About admin