Na Argentina desde a véspera, o presidente Lula participa nesta quinta-feira da cúpula do Mercosul no Palácio San Martín, em Buenos Aires, e, à tarde, ao que tudo indica, vai fazer uma visita à ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em um apartamento na cidade.
O encontro com a peronista não está em sua agenda oficial, mas a Justiça argentina autorizou a visita de Lula. Uma das regras de conduta estabelecidas para Cristina Kirchner durante o cumprimento da pena é a exigência de solicitação de autorização para visitas extraordinárias e justificativa dos motivos.
O petista começa o dia com um café da manhã oferecido ao presidente do Paraguai, Santiago Peña, na embaixada brasileira em Buenos Aires, às 8h (mesmo horário de Brasília). Às 10h, começa a cúpula de presidentes do Mercosul e dos Estados associados.
Haverá, ainda, às 12h50, uma cerimônia de transmissão da presidência do bloco do chefe de governo argentino, Javier Milei – com quem Lula não tem reunião bilateral prevista – , para o brasileiro.
Às 15h, está marcada a partida da comitiva brasileira de Buenos Aires para o Rio de Janeiro. É nesse meio tempo em que deve ocorrer a visita a Cristina Kirchner.
Quando Lula estava preso em Curitiba, recebeu a visita do então presidente da Argentina Alberto Fernández, de quem Cristina Kirchner era vice-presidente.
Por que a ex-presidente está em prisão domiciliar
Em junho, a Suprema Corte de Justiça determinou a prisão da peronista, após os três juízes do tribunal rejeitarem por unanimidade um recurso de anulação de uma condenação de seis anos de prisão por desvio de dinheiro público em contratos de obras públicas. Embora a condenação já tivesse sido confirmada por duas instâncias da Justiça argentina, em 2022 e 2024, a ex-presidente aguardava em liberdade a análise do recurso pela Suprema Corte.
Por conta da idade, 72 anos, Cristina teve direito ao regime domiciliar. Sua defesa alegou que ela precisa de proteção constante, o que justificaria a permanência em casa, e que ela não pretende usar tornozeleira eletrônica, já que não poderá deixar a residência.
Cristina Kirchner foi presidente da Argentina por dois mandatos, de 2007 a 2015, e foi vice-presidente durante o governo de Alberto Fernández, de 2019 a 2023.
